Resumo

Este trabalho buscou encontrar respostas aos sentidos de voar no imaginário de praticantes de pára-quedismo por lazer. O vôo, para esses homens, é o incentivo que faltava em suas vidas para impulsioná-los na direção da redescoberta de si próprios, num jogo interativo com a Natureza. O estudo, de característica qualitativa, se deu no campo do Imaginário Social e teve como objetivos: investigar os sentidos de aventura, risco e vertigem para esses praticantes, e identificar alguns elementos simbólicos e míticos que emergiram dos seus discursos. Foram realizadas onze entrevistas semi-estruturadas com pára-quedistas que saltam por lazer na Natureza. Para a interpretação dos sentidos que dão pistas do imaginário desses pára-quedistas foi utilizada a análise do discurso de Eni Orlandi, o que permitiu que emergissem as marcas lingüísticas: controle; saltar/ lazer; céu e pára-quedas. A associação de idéias, outro recurso metodológico empregado, agrupou os sentidos em torno de saltar ( queda livre) e da palavra-indutora, céu. Os pára-quedistas constroem seus discursos racionais, objetivos e científicos, fundados no imaginário do herói, do ser potente, renovado. Razão, inteligência e mito são aproximados no contexto social da corrente de pensamento que veicula os símbolos e os arquétipos presentes nos discursos. Prometeu, Apolo e Chronus foram, dentre os mitos que dão significado à vida, aqueles que ajudaram a desvendar o que estava por trás dos discursos desses atores. 

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