Resumo

A crise de credibilidade na arbitragem, as cenas de guerrilha urbana nos estádios, a perda dos parâmetros financeiros na gestão das esquadras, somadas à denominada “invasão dos estrangeiros”, representada em especial pelos atletas africanos, inter-relacionavam-se para compor a fórmula explosiva do calcio às vésperas do Terceiro Milênio. A partir de uma perspectiva teórica informada pelo quadro de referência da sociologia e da antropologia do esporte, o texto aborda esta conjuntura histórica e destaca as questões entrelaçadas do imaginário racista das torcidas ultras de extrema direita – exacerbado pelo avanço do futebol global – e a destreza simbólica dos jogadores negros, refletida na dupla habilidade de se desvencilhar das representações negativas e de articular novas significações sociais para o jogo. 

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