Resumo

A progressiva apropriação da camisa canarinho da seleção brasileira pelos movimentos da extrema-direita no Brasil entre 2013 e 2023 apresenta um contraste drástico com a imagem positiva e alegre do Brasil e do futebol brasileiro na segunda metade dos anos 1990, época em que a seleção brasileira foi construída e lançada como logomarca global. O veículo mais produtivo para esse projeto foi, sem dúvida, a camisa verde-amarela, com forte referência ao halo mítico que o uniforme tinha acumulado a partir da Copa do Mundo de 1970 no México, instituindo o Brasil como “país do futebol” e representante do “futebol-arte” e transformando o seu uniforme em mito moderno barthesiano. Neste artigo pretendo analisar a dimensão histórica desse mito, numa tentativa de entender a lógica da sua apropriação e ressignificação ao longo da década passada.

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