Resumo

Arte “popular” de origem “afro-brasileira”, a capoeira se espalhou por diversos países do mundo a partir da década de 1970. Atualmente, é praticada nos cinco continentes, sendo reapropriada e ressignificada, de acordo com demandas do contexto local. Fruto de uma tese de doutorado defendida em 2013, este artigo explora as novas apropriações feitas sobre a capoeira no Reino Unido, em Londres e Manchester. Esta pesquisa foi realizada por meio de observação participante e etnografia multissituada, entre os anos de 2009 e 2011, e de entrevistas com capoeiristas que utilizam a prática na realização de espetáculos ligados à dança e ao teatro, criados e apresentados pelos próprios capo

eiristas locais, em sua maior parte não brasileiros, integrantes dos grupos. Essas apropriações mostram as adaptações criativas operadas pelos agentes, no sentido de relocalizar a capoeira num contexto transnacional, abrindo novos espaços para sua inserção e atribuindo novos significados à prática. O artigo analisa o caso de três grupos de capoeira de Londres: a London School of Capoeira (LSC), a Associação de Capoeira Kabula e o grupo de capoeira Cordão de Ouro Londres (CDOL), focando nas estratégias criativas de inserção operadas sobre a prática da capoeira, num contexto de circulação intensa de pessoas nas metrópoles inglesas.

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