Resumo

A Universidade Gama Filho (UGF) do Rio de Janeiro, vem ao longo dos anos utilizando a capoeira como instrumento para formação de futuros profissionais que vão atuar na área de Educação Física (EF). Entender o processo de construção de uma disciplina como a capoeira, dentro de uma universidade, contribui para ratificação da importância da cultura popular, que extrapola os limites das ruas e se insere academicamente na construção do campo do conhecimento de futuros profissionais. Para o desenvolvimento deste trabalho, utilizamos primeiramente a analise documental do acervo historiográfico da universidade e simultaneamente o confrontamos com a história oral dos atores sociais envolvidos. A inserção da capoeira no currículo acontece em 1984. Contudo, era uma disciplina eletiva, sendo oferecida no turno da manhã com o professor Marco Octávio. Em 1986, a disciplina torna-se presente nos turnos da manhã e da tarde conduzida pelo professor Bechara. Em 1989, o professor Flávio Senra assume a cadeira de professor de capoeira do turno da tarde e o professor Marco Octávio mantém a capoeira no turno da manhã. Em 1991 há uma mudança no currículo da UGF, surgindo uma disciplina obrigatória denominada lutas. Em virtude dessa modificação, a capoeira torna-se uma disciplina obrigatória. Neste mesmo ano, Marco Octávio se afasta e Flávio Senra mantém a disciplina nos dois turnos. Em 1993, mais uma modificação. A disciplina capoeira retorna ao currículo como obrigatória seletiva. Em 1996, o professor Flávio Senra cede a cadeira para a professora Gisela Folly. No ano de 1999 a capoeira torna-se dentro da UGF um curso superior seqüencial específico, com a duração de dois anos. O curso seqüencial deixou de existir em 2001. Em 2000 a disciplina capoeira muda para disciplina esportiva optativa com Gisela Folly. Nos anos de 2002 e 2003 a disciplina se mantém como esportiva optativa. Em 2004.2 a UGF faz uma reforma em seu currículo de graduação e a mesma é colocada novamente como obrigatória assim permanecendo até a presente data. Acreditamos que a inserção da capoeira na grade curricular, não só da UGF, mais também de outras universidades, possibilita uma melhora na intervenção, teorização e pesquisa que outrora demonstrava-se minimizada devido as peculiaridades empíricas oriundas de uma prática distante da cientificidade.

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