A Carga Mecânica e o Movimento Articular Provocam Variações Topográficas na Espessura da Cartilagem Articular
Por Margarida Espanha (Autor), Carmo Santos (Autor), Conceição S. Faria (Autor), Paula Serra (Autor).
Em VII Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A cartilagem articular é constituída por escassos condrócitos rodeados por uma matriz abundante, composta fundamentalmente por colágeno e proteoglicanos. A estes componentes são atribuídas as propriedades biomecânicas da cartilagem de resistência às forças de compressão e tensionais, fundamentais na absorção de choques. A maior espessura da cartilagem permite um melhor amortecimento de pressões, por maior deformação da cartilagem resultando uma área de contato mais extensa e, consequentemente, uma menor pressão por unidade de superfície. Alterações da espessura na cartilagem normal (hipertrofia ou atrofia) estão associadas ao metabolismo cartilagíneo que é influenciado pelas alterações da carga e pelo movimento. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da corrida, da restrição de movimento e da sobrecarga nas cartilagens da articulação do joelho. A amostra foi constituída por 30 ratos Wistar, adultos, machos, com peso médio de 515.56 g (SD=37.16), divididos nos seguintes grupos: (I) grupode treinode corrida (GT); (II) gruporestriçãode movimento(GRM); (III) grupo de sobrecarga (GS) e (IV) grupo de controle (GC). Os resultados revelaram: (I) um aumento de espessura numa área do côndilo femoral interno quando se comparou o GT com o GRM (p<0,01) e com GS (p<0,05) e (II) na cavidade glenóide interna entre o GT e o GRM em diferentes áreas (2- 4,p<0,001; 3-5,p<0,01 e 6,p<0,0001). Em conclusão, a corrida moderada conduziu a um aumento da espessura da cartilagem que foi mais pronunciado na tíbia e nos locais normalmente mais espessos enquanto que a restrição do movimento e a sobrecarga não provocaram alterações significativas.