A Cidade Como Espaço de Lazer
Por Stéphanie Helena Mariano (Autor), Nelson Carvalho Marcellino (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O objetivo geral deste trabalho é analisar os espaços e equipamentos de lazer, a
partir do entendimento da grande cidade como o espaço de lazer privilegiado no
cotidiano da população, e o que isso significa em termos de uma política pública de
lazer, que se preocupe com a sua democratização. O tipo de pesquisa utilizado foi a
bibliográfica.A técnica de pesquisa foi o levantamento de dados associados a alguns
temas-chave: lazer, espaços e equipamentos e cidade, a partir dos sistemas de
bibliotecas das Universidades Estadual de Campinas-SP, e Metodista de PiracicabaSP, seguido de análises textual, interpretativa e crítica. Conclui-se que a existência de
espaços de lazer é mais importante do que a dos equipamentos, já que é possível a
prática de atividades de lazer sem um equipamento, mas sem um espaço o mesmo
se torna impossível. É fundamental assim, a manutenção de espaços urbanizados
vazios. Outros aspectos levantados foram a centralização dos equipamentos, sua
"sacralização", com o ar de santuário, de que muitos se revestem, a concentração
em áreas privilegiadas da cidade, a predominância de determinados conteúdos culturais
do lazer, e a pouca importância dada à preservação, conservação e revitalização do
patrimônio ambiental urbano, que pode ter no lazer um instrumento importante
para suporte. Este estudo, ao analisar a questão dos espaços e equipamentos, enfoca
primordialmente um dos componentes de uma política pública de lazer: a reordenação
do solo urbano. No entanto, para que se alcance uma democratização cultural plena,
é preciso observar os demais componentes: reordenação do tempo, formação e
desenvolvimento de pessoal, e animação sociocultural. Foi possível observar também
que atualmente, ocorre a centralização dos equipamentos e espaços de lazer nos
municípios sede de regiões metropolitanas, em detrimento das demais cidades
componentes dessas regiões. Quando a questão dos espaços e equipamentos de
lazer é vista sobre a mancha urbana metropolitana, fica claro que os problemas
ganham outra dimensão, como equipamentos utilizados pela população de toda
área, e de difícil manutenção apenas pelo município sede. Além disso, a paisagem da
região é comum a todos os seus habitantes, e percorrida cotidianamente, uma vez
que os habitantes moram em cidades diferentes daquelas onde estudam, ou trabalham,
podendo ser monótona, ou se tornar em estímulo agradável de contemplação. Assim
as soluções também terão que partir de um ponto de vista metropolitano.