A composição corporal é um fator determinante para o desempenho físico da pessoa idosa?
Por Reyanne Maria da Silva (Autor), Rayssa Laís Ferreira da Silva (Autor), André dos Santos Costa (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
O exercício físico é amplamente reconhecido por promover benefícios à saúde física e mental de seus praticantes, cita-se, por exemplo, a melhora do desempenho físico-funcional, especialmente da população idosa. Entretanto, as alterações na distribuição da gordura corporal correlatas ao avanço da idade, aparentam ser um fator limitante ou de restrição para a autonomia nas atividades da vida diária (AVDs) e redução do desempenho funcional (DF) da pessoa idosa (PI) (WANDERLEY et al., 2023). Objetivo: Analisar a associação entre o DF e a composição corporal (CC) nas AVDs de indivíduos idosos praticantes de exercício físico. Referencial Teórico: O processo natural do envelhecimento, é acompanhado de perda, relativamente significativa, da capacidade funcional da PI (WANDERLEY et al., 2023). Contudo, manter-se fisicamente ativo pode representar uma diminuição no declínio do DF durante o avanço da idade. Apesar disso, é possível que a alteração da CC na velhice seja um fator limitante para o DF, visto que maiores níveis de gordura corporal estão associados negativamente com a capacidade funcional, comprometendo a realização das AVDs de anciãos (WANDERLEY et al., 2023), embora essa hipótese ainda apresente controvérsias na literatura (RODRIGUES et al., 2016; PARDO et al., 2019). Materiais e métodos: Trata-se de um estudo descritivo com delineamento de corte transversal realizado com 108 pessoas idosas de ambos os sexos (n=98 feminino; n=10 masculino), idade média 68,9 anos (DP=5,58), participantes de um programa de treinamento composto por exercícios de força, flexibilidade e resistência. A CC foi mensurada pelo DEXA e o DF pela Escala de Lawton. Para análise inferencial, após o teste de normalidade de ShapiroWilk, foi utilizada a correlação de Sperman para analisar a relação entre as variáveis e o teste U de Mann-Whitney para verificar a diferença entre os sexos (software Jamovi, versão 2.3, nível de significância α=0,05). Resultados e discussão: Não foram observadas associações significativas entre a CC (média=41,3;DP=6,78) e o DF nos participantes deste estudo (p>0,05), reforçando os resultados encontrados nas pesquisas de Rodrigues et al. (2016) e Pardo et al. (2019), sugerindo que a participação em programas de treinamento estruturados, independentemente da CC, é capaz de manter e/ou melhorar o DF relacionado as AVDs da PI. Adicionalmente, ao comparar as amostras por sexo verificou-se uma relação estatisticamente significativa no percentual de gordura (p<0,01), no qual, as mulheres apresentaram maiores níveis de CC (média=42,5; DP=5,90) quando comparados aos idosos do sexo masculino (média=30,1; DP=4,10). Conclusão: Programas multicomponentes de treinamento são capazes de manter e/ou melhorar o DF na realização das AVDs da PI, independentemente da CC. Todavia, urge a necessidade de mais evidências para apoiar os achados da presente pesquisa, promovendo ações voltadas para o envelhecimento saudável.