Resumo

Há diferentes modos de conceber o handebol e as demais Modalidades Esportivas Coletivas (MEC). Partiremos da concepção estratégico-tática para propor certa forma de conceber, compreender e lidar, no processo de ensino-aprendizagem-vivência-treinamento, com estas MEC. Enfatizaremos o diálogo possível da concepção estratégico-tática com a proposta de formação de jogadores inteligentes. Resulta que ainda encaramos de maneira bastante "tradicional" o handebol, muito embora este possa ser re-significado se o entendermos de modo estratégico-tático, tanto no que tange a formação dos atletas e praticantes em geral, quanto como, a partir daí, há potencialidades deste outro entendimento na relação dos seres humanos com esta modalidade esportiva. Outro aspecto a ser levado em conta é que tanto na arte como no esporte, dentre outras atividades humanas, há a possibilidade do desenvolvimento da inteligência criativa. Temos como objetivo versar sobre estas potencialidades, tanto na perspectiva de buscamos outras relações de poder entre treinadores e jogadores, como quanto buscar jogar o jogo em sua forma mais desenvolvida e complexa, não se limitando a uma experiência empobrecida com este; isto também justifica esta reflexão que nos propomos fazer aqui. Para tal preferimos uma pesquisa qualitativa no sentido de buscar uma visão mais ampla para discutir o discurso (coletivo) de treinadores com uma função estratégica no handebol nacional e também internacional. Deste modo, entrevistamos quatro treinadores das seleções brasileiras adultas de handebol (treinador principal e seu auxiliar direto, tanto da seleção masculina quanto da feminina). Utilizamos a entrevista semi-estruturada e aplicamos a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O DSC nos ajuda a apresentar um pensamento sobre dado tema, de uma pessoa ou coletividade, por meio dos indícios discursivos que se diz sobre este. Buscamos ouvir destes treinadores sobre o tema da formação de jogadores inteligentes, relacionando sua história e formação como treinador, sua concepção do jogo e sua perspectiva para a tendência da evolução da modalidade. Assim, almejamos refletir criticamente sobre o entendimento da modalidade handebol e as possibilidades de formação de jogadores inteligentes. As análises feitas a partir de como se está pensando nas seleções brasileiras de handebol contribuem para dar concretude às reflexões, e deste modo, discutir o caso da formação de jogadores inteligentes no handebol brasileiro neste início de século XXI, e as perspectivas da concepção estratégico-tática contribuir neste processo.

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