Resumo

Apresentando resultados parciais do projeto “Meios de Comunicação, Idolatria e Cultura Popular no Brasil”, apoiado pelo CNPq, o artigo se propõe a analisar duas biografias de ídolos do futebol brasileiro: Zico e Romário. O artigo conclui que a biografia de Zico, ao enfatizar o sucesso através do esforço e do trabalho, junta-se ao modelo de herói clássico. Este modelo é antagônico ao padrão predominante na construção da idolatria nas narrativas “oficiais” no Brasil. Aqui, temos freqüentemente um ideal “essencializado” de seres “moleques” e “irreverentes”. Já a análise da biografia de Romário, tendo como base principalmente o material jornalístico sobre sua trajetória na conquista da Copa do Mundo de 1994, demonstra como os recursos acionados pela mídia dimensionam aspectos relacionados à “irreverência” e à “malandragem”, construindo um personagem singular da nossa cultura. As narrativas das trajetórias dos dois atletas falam de modelos antagônicos de heróis cultuados em nossa cultura e nos mostram que as construções de suas biografia fazem parte de uma relação dialética entre as ações dos “objetos mitificados” – Zico e Romário – e o contexto social. Palavras-chave Esporte, mídia, idolatria.

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