Resumo

O jogo de futebol e a sua complexidade compreende, basicamente, atividades tático-técnicas, em que todas as demandas da partida ou do treino solicitam, dos jogadores, respostas contundentes para superar os desafios encarados da modalidade. Estas demandas ambientais tendem a perturbar os padrões decisórios dos jogadores influenciando os princípios táticos desempenhados vivenciados em situações de altos níveis de fadiga. Estratégias vem sendo utilizadas na tentativa de atenuar os efeitos deletérios de níveis elevados de fadiga que podem ser atingidos nos jogos. Nesse sentido, os recursos ergogênicos nutricionais recebem destaque por sua grande utilização. Dentre os mais utilizados, encontra-se a cafeína. Os efeitos da ingestão aguda de cafeína sobre a função cognitiva e a capacidade de tomada de decisão durante o jogo de futebol não está totalmente elucidado. Neste sentido, o objetivo da presente tese foi investigar os efeitos da ingestão aguda de cafeína por atletas de futebol de campo sobre o possível déficit cognitivo e capacidade de tomada de decisões. Para tanto, atletas profissionais de futebol de campo foram submetidos a dois experimentos distintos, avaliando os efeitos da cafeína sobre: 1) a atenção seletiva e controle inibitório (utilizando o teste de Stroop) antes e após a realização de jogos reduzidos; e 2) capacidade de tomada de decisão (utilizando o programa FUTSAT) durante a realização de jogos reduzidos de futebol. Em cada experimento, os atletas realizaram o protocolo experimental em 3 ocasiões. O primeiro solicitou a familiarização ao protocolo experimental. Na sequência, de forma randomizada, com delineamento cruzado e controle duplo-cego, foram realizados os protocolos sob três condições: 1) Repouso e antes da ingestão de cafeína ou placebo (Estudo 1); 2) 60 minutos após a ingestão de solução contendo cafeína (5 mg/kg-1 de massa corporal) (Estudo 1 e 2); e 3) 60 minutos após a ingestão de solução placebo (Estudo 1 e 2). No primeiro estudo, no Teste de Stroop, ocorreram melhorias em termos de velocidade de reação, todavia, o que não foi corroborado na precisão. Todavia, no segundo estudo, ocorreram melhorias na precisão do desempenho tático tanto na condição ofensiva como defensiva para os jogadores na condição cafeína. É possível concluir que a ingestão aguda em dosagem moderada de cafeína melhora o comportamento tático dos jogadores de futebol. Isto implica diretamente, no importante efeito que a dosagem moderada de cafeína tem no desempenho especifico do jogadores de futebol implicando em melhores tempo de reação e maior eficácia tática.

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