A Copa do Mundo de 1958 e os Discursos Raciais: o Caso Pelé
Por Ana Paula da Silva (Autor).
Resumo
Este artigo tem como objetivo mapear os discursos raciais na década de 50, particularmente, no ano da Copa de 1958 para entender quais as principais idéias em voga no momento em que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, surgiu como grande astro nacional e internacionalmente famoso. Argumento que suas declarações sobre as questões raciais no Brasil estão inscritas nos discursos proferidos nos anos 50 pelos os meios acadêmicos e os movimentos negros da época. Seu ascetismo profissional e sua crença no individuo como um valor positivo cultivado desde os tempos de juvenil na cidade de Bauru, interior paulista, foi reforçado pelos os discursos raciais dos anos 50, e, deu-lhe a certeza que as discriminações que pudesse encontrar por ser negro e de família pobre, era possível de serem vencidas, por uma postura disciplinada e profissional. Atualmente, tais idéias têm sido combatidas por alguns setores dos movimentos negros que argumentam ser as desigualdades entre bancos e negros intransponíveis, mesmo que os negros sejam ascéticos. Pelé, contudo, não mudou sua posição sobre o problema da discriminação do negro, este ainda acredita no profissionalismo e disciplina como saída possível para combater as desigualdades. Palavras-chave: Copa de 1958, Pelé, discursos raciais, movimentos negros, intelectuais.