Sobre
Trabalhos centrados no mundo relacional, no qual corpos sujeitos interagem objetiva e subjetivamente, ficam ainda mais significativos ao tratarem da corporeidade não vidente, procurando desvelar como o ser sujeito cego explicita suas relações consigo próprio, com os outros e com o mundo. É o caso desta obra, em que Eline Porto convive com o universo da corporeidade cega e analisa essa produção teórica de conhecimento, a partir dos pressupostos da fenomenologia existencial e da episteme da Teoria da Complexidade. O desenvolvimento do argumento, juntamente com a exploração do referencial teórico adotado, contribui para que a compreensão da corporeidade cega não se restrinja à sua limitação de natureza biológica, a ausência do órgão da visão, mas a amplia ao centrar sua análise no trinômio indivíduo/sociedade/espécie.