Resumo

O índice de massa corporal (IMC) vem aumentando constantemente nas últimas décadas na maior parte do mundo, principalmente em países em transição, como o Brasil. O IMC elevado (> 22kg / m2) está associado a um risco aumentado de 14 tipos de câncer. Estimamos até que ponto a redução do IMC alto poderia reduzir a incidência de câncer no Brasil, tanto em nível nacional quanto regional e estadual. Métodos Calculamos frações de incidência de câncer em 2012 atribuíveis ao IMC elevado, bem como projeções para casos atribuíveis em 2025 usando dados de IMC de pesquisas nacionais representativas e riscos relativos publicados em meta-análises. As estimativas de incidência de câncer foram recuperadas do GLOBOCAN e do Instituto Nacional do Câncer. Resultados Descobrimos que 15.465 (3,8%) de todos os novos casos de câncer diagnosticados no Brasil em 2012 foram atribuíveis ao IMC elevado, com uma carga maior em mulheres (5,2%) do que em homens (2,6%). Os tipos de câncer que mais contribuíram para o número de casos atribuíveis foram mama (n = 4777), corpo do útero (n = 1729) e cólon (n = 681) em mulheres e cólon (n = 1062), próstata (n = 926 ) e fígado (n = 651) nos homens. As maiores frações atribuíveis populacionais (PAF) para todos os cânceres foram encontradas nos estados mais ricos do país, localizados no sul (1,5% homens / 3,4% mulheres) e no sudeste (1,5% homens / 3,3% mulheres). Conclusões Os casos de câncer atribuíveis ao alto IMC atingirão 29.490, o que será de 4,6% de todos os cânceres no Brasil em 2025; a extensão será maior nas mulheres (6,2% ou 18.837) do que nos homens (3,2% ou 15.702). Essa informação é uma ferramenta para apoiar os formuladores de políticas para futuras estratégias de prevenção do câncer no Brasil. (Trad. Fabio Carvalho)

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