A dança como estímulo de crianças com transtorno do espectro autista (tea): Compartilhando uma vivência
Por Júlia Booz Fantini (Autor), Camila da Cunha Nunes (Autor).
Parte de Boas práticas na educação física Catarinense 2022 . páginas 245 - 264
Resumo
As crianças com transtorno de espectro autista (TEA) podem apresentar características e comportamentos atípicos distintos. O TEA é uma desordem do neurodesenvolvimento que se manifesta, geralmente, antes dos 3 anos de idade, apresentando atraso ou problemas de desenvolvimento na interação social, na linguagem, no desenvolvimento motor, ou ainda comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipais (APA, 2014). A origem desses distúrbios é multifatorial, caracterizada por deficiências generalizadas em áreas do desenvolvimento (PAQUET et al., 2019). Cada vez mais, evidências emergentes destacam a importância de intervenções precoces em crianças com TEA para oportunização de ambientes e estímulos adequados que venham a favorecer melhores condições para o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e socioemocional de curto e longo prazos (JIA; XIE, 2021). Dessa forma, os estímulos proporcionados pela expressão corporal que a dança possibilita pode atuar positivamente, minimizando os comprometimentos, principalmente nas áreas da comunicação, da consciência corporal, do comportamento e da reciprocidade social (DEJESUS et al., 2020). Estímulos motores e sensoriais são essenciais para propiciar a redução de comportamentos atípicos, e a dança permite a modulação, fisiologicamente, mediante a liberação de neurotransmissores específicos (SRINIVASAN; BHAT, 2013). O contato musical e as ações de dançar podem viabilizar o envolvimento e/ou a condição propícios aos avanços da linguagem, proporcionando desenvolvimento em sua comunicação, além de aspectos perceptuais, motores e comportamentais (DEJESUS et al., 2020).