Resumo

Este ensaio teórico teve como objetivo elaborar uma discussão acerca da possibilidade de assumir a dança como uma das práticas corporais alternativas (PCAs) e das suas implicações como estratégia para a promoção da saúde. A dança na perspectiva do contemporâneo supera formas já convencionais dentro desta área do conhecimento (RENGEL; SCHAFFNER, 2016). As PCAs são maneiras de se movimentar não convencionais, sendo alternativas tanto pela forma como se realizam como também pelos seus objetivos (LORENZETTO; MATTHIESEN, 2008). As condutas motoras (SÉRGIO, 2022) e a concepção de corporeidade/subjetividade humana (CSH) (JOÃO, 2022) permitem uma discussão com a noção de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS). Este ensaio teórico foi elaborado a partir de uma revisão narrativa da literatura utilizando-se da pesquisa bibliográfica (SOUSA; OLIVEIRA; ALVES, 2021), com a qual foram levantadas fontes como livros, artigos, teses e dissertações. DISCUSSÃO Perceberam-se convergências entre as concepções do contemporâneo na dança (TOURINHO, 2006) e as PCAs (LORENZETTO; MATTHIESEN, 2008), cabendo ressaltar valores e objetivos como a busca por novos paradigmas, a experiência do autoconhecimento, potencialização da criatividade, superação do foco em padrões estéticos, e o incentivo à cooperação. Com relação ao seu potencial como promotora da saúde, foram identificados (BARANCELLI, PAWLOWYTSCH, 2016; MARBÁ, SILVA, GUIMARÃES, 2016) indícios de benefícios relacionados às quatro dimensões da CSH (JOÃO, 2022), o que sugere contribuições à saúde em suas diferentes dimensões, conforme proposto pela OMS. CONSIDERAÇÕES FINAIS A convergência entre os conceitos do contemporâneo na dança e de PCAs permite assumir a dança como uma PCA. Os estudos (BARANCELLI, PAWLOWYTSCH, 2016; MARBÁ, SILVA, GUIMARÃES, 2016) revelaram que a dança contribui para a promoção da saúde em suas diferentes dimensões. No entanto, esses dois estudos, feitos a partir de questionários aplicados, lidam com as percepções de pessoas que praticam a dança, não apresentando evidências empíricas para todos os benefícios indicados. De toda sorte, estes dados apontam para a pertinência da hipótese exposta anteriormente. Para a sua comprovação, são necessárias a realização de pesquisas que testem tal hipótese de maneira a produzir dados empíricos relacionados aos benefícios relatados pelos participantes.

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