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INTRODUÇÃO:

A dança é uma das artes mais antigas, com registros pré-históricos, presente no modo de vida do homem primitivo. Na Educação Física, a dança é abordada como prática corporal constituinte da cultura de movimento, apresentando-se como um conteúdo a ser trabalhado, na escola, considerando os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN’s. De acordo com Nascimento e Lemos (2007), a vivência da dança na escola está atrelada às festas comemorativas, distanciando-se da concepção de conteúdo de ensino e aproximando-se de incoerências didáticas. Nesse sentido, o estudo tem por objetivo apontar horizontes de sentido para a prática pedagógica em dança, apresentando caminhos didático-pedagógicos que subsidiem possíveis propostas pedagógicas em dança. O estudo apresenta as seguintes problemáticas: Quais horizontes de sentido são revelados no ensino da dança, com base na metodologia da pesquisa-ação, que podem interferir numa transformação pedagógica? Quais os obstáculos que dificultam a mudança na prática pedagógica? A contribuição dessa pesquisa centraliza-se na produção do conhecimento em dança vislumbrando uma valiosa reflexão sobre o seu ensino para os componentes curriculares das escolas.


 METODOLOGIA:

A pesquisa é de natureza qualitativa, caracterizada como Pesquisa-ação. O grupo investigado é constituído por uma turma de 20 alunos, com idades entre 7 e 10 anos do ensino fundamental de uma escola municipal (que não aborda o conhecimento da dança), localizada em Campina Grande-PB, bem como o professor da turma. O estudo apresenta-se de acordo com a resolução 196/96, tendo obtido sua aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os instrumentos para coleta de dados são a observação participante do tipo sistemática, registrada no caderno de campo; e o recurso imagético (fotografia e filmagem). Foi criado, inicalmente, um plano de ação, constando o plano de curso e aulas. Posteriormente, o processo de coleta de dados teve continuidade com um levantamento junto às escolas.

Identificada a escola, buscou-se a autorização da direção para intregar as aulas de Educação Física durante um período de 6 meses.

Iniciadas as aulas até o momento foram traçadas como categorias temáticas: o espaço para a dança na escola; e a realidade dos alunos no processo de aprendizagem da dança.


 RESULTADOS:

Foram visitadas 13 escolas de ensino público. As escolas mostraram-se desprovidas de espaço propício para as aulas de Educação Física. Dentre elas, 10 escolas não possuíam nenhuma ação voltada para a dança como também espaços para desenvolvê-la. As demais destinam a dança apresentações em datas comemorativas criando grupos de dança organizados e dirigidos pelos alunos. De acordo com o eixo norteador da observação participante, percebe-se que o espaço para a dança na escola é uma problemática não somente da dança, mas da Educação Física, pois podem ser desenvolvidas em qualquer outro espaço que "reste" na escola deslegitimando esse componente curricular. A realidade dos alunos no processo de aprendizagem da dança tem trazido contribuições relevantes para pensar o ensino da dança na escola, uma vez que, os alunos apontaram o hip hop e o funk como as danças mais vivenciadas por eles. Daí então, alunos, professores e pesquisadores passaram a construir formas de apreender a dança, vislumbrando ações pedagógicas libertadoras.


 CONCLUSÕES:

Considerando as questões de investigação, um dos horizontes de sentido revelados no ensino da dança que interferem numa transformação pedagógica é a realidade dos alunos no que tange a sua vivência, conhecimento sobre a dança, portanto, o professor necessita conhecer a historicidade de seus alunos para delinear de forma mais rica sua ação pedagógica. Para isso, é mister que o professor se liberte das configurações tradicionais de educação, entendo o aluno como ator social no processo de ensino-aprendizagem; e não tenha receio de encontrar o desconhecido, como por exemplo, estilos de dança que não domina a prática. O estudo identificou que os obstáculos que dificultam a mudança na prática pedagógica estão centralizados na falta de de infra-estrutura; na percepção dos gestores e professores sobre a dança e na falta de sistematização desta prática corporal. Percebe-se ainda que a dança inserida ou não nas aulas de Educação Física, não está contemplada no Projeto Pedagógico da escola, conseqüentemente, no currículo escolar. Essa realidade identificada por Marques (2003), Nóbrega (2005), dentre outros, é repensada e refletida também por essa pesquisa.