A DANÇA NO ÂMBITO ESCOLAR E SUA UTILIZAÇÃO PARA A CONSTATAÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Ao inferir-se as diferentes violências domésticas circunscritas em nossa sociedade, certifica-se sua compreensão enquanto um retrato social e historicamente construído, que apreende a violência como estruturação hierárquica para solucionar hostilidades encontradas no convívio humano. Desta forma, fomenta-se a necessidade em averiguar situações em que a violência é tida como forma de punição, fazendo com que venha a ser cessada. Esse estudo tem como objetivo discutir a Dança como um instrumento de comunicação de diálogo que pode ser disparador de discussões e de relatos sobre a violência doméstica. Para tanto, utilizou-se do método de ensaio científico para discussão da temática. Frente a um cenário em que corriqueiramente as crianças revelam, por meio da linguagem corporal, as influências e consequências de suas respectivas realidades, pode ser proveitoso utilizar de diferentes meios de expressão, como a Dança, para compreender mais a fundo o que o corpo tem a manifestar com relação às suas subjetividades ocultas. No âmbito educativo, a Dança é um formidável recurso para desenvolver uma linguagem diferente da fala e da escrita. A partir da seleção dos movimentos, é concebível investigar a forma como as crianças irão explorar seus próprios corpos, como também os corpos de seus/suas colegas, presumivelmente, evidenciando possíveis sinais de alunos/as que estejam mais condicionados a sofrerem violência doméstica. A Educação Física, alinhada à cultura corporal do movimento, possibilita que a Dança, enquanto uma ferramenta polissêmica, auxilie no processo de descobrimento das manifestações corporais, dando a estas, sentidos pedagógicos, na busca pelo exercício crítico da cidadania e, além disso, na reflexão sobre a prática, concebendo, desta forma, o protagonismo do discente. Assim, recomenda-se que a discussão seja aprofundada na formação inicial em Educação Física, de forma com que o/a professor/a compreenda a Dança em seu sentido polissêmico, suscetível a diferentes manifestações sociais, e possa refletir sobre essa prática corporal vinculada ao processo educacional.

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