Resumo

A dança do ventre tem sua origem em rituais religiosos pré-suméricos, e foi utilizada pelos povos da Antiguidade em diversos tipos de celebração. Como dança da fertilidade, era praticada pelas mulheres, em rituais, na época do plantio e colheita e na preparação para a gestação e o parto, entre outros. Sofreu diversas transformações pelo tempo, e atualmente é praticada quase no mundo inteiro. Até os tempos atuais, continua sendo utilizada como preparação para o parto em tribos beduínas e recentemente em aulas especiais para gestantes, no Ocidente. No Brasil, e em específico no estado de São Paulo, existe um questionamento entre os praticantes, profissionais e espectadores da dança do ventre sobre uma crença de que esta dança resulte em um abdômen maior para suas praticantes e dançarinas. Esse trabalho discorre sobre esse tema, com o objetivo de verificar a existência desta crença e questionar sua veracidade, expondo e discutindo aspectos da corporeidade na contemporaneidade através da coleta de depoimentos e fotografias de mulheres praticantes e não praticantes de dança do ventre, divididas em 5 grupos: alunas de dança do ventre, sedentárias, praticantes de outras atividades físicas, professoras de outras modalidades de dança e professoras de dança do ventre. Foram encontradas evidências sobre a existência desta crença, e a análise dos resultados indicam ser esta um mito, formado pelo paradigma da aparência corporal perfeita, a moral estética da contemporaneidade.

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