Resumo


O objetivo deste estudo foi investigar a decisão do levantador do voleibol de largar a bola no campo adversário no segundo toque, com base em variáveis espaço-temporais que refletem a interação jogador-ambiente de jogo. Foram filmados 20 jogos de voleibol (10 masculinos e 10 femininos) do Campeonato Paulista - divisão I (2013), dos quais foram selecionadas 172 sequências de jogadas de levantadores, sendo 86 largadas e 86 levantamentos (controle). Os deslocamentos dos jogadores foram capturados pelo software TACTO, desde o início do passe até o contato do levantador com a bola. Foram consideradas 37 variáveis (espaço-temporais) para análise por meio da MANOVA, sendo estas resultantes das seguintes medidas: (i) distância do levantador à rede; (ii) distância percorrida pelo levantador para chegar até à bola; (iii) distância do passe; (iv) área adversária; (v) distância entre os bloqueadores; (vi) distância entre o levantador e os bloqueadores; e (vii) distância dos bloqueadores à rede. Quando pertinente, foram observadas as respectivas velocidades e variabilidades dessas medidas. Uma análise complementar buscou compreender a natureza das largadas, por meio de comparações relativas à sua efetividade, sua ocorrência nas diferentes transições do rali, o tipo de largada e largadas executadas por homens e mulheres. Os resultados revelaram que largadas diferiram de levantamentos em relação às seguintes variáveis que envolviam o time atacante: distâncias inicial e final do levantador à rede, distância e velocidade de deslocamento do levantador para chegar até à bola, e velocidade do passe. Em relação ao time adversário, as variáveis foram apenas espaciais: área final e distância final entre o levantador e os bloqueadores. Concluiu-se que variáveis espaço-temporais que refletem as interações dos jogadores no jogo de voleibol foram cruciais para a tomada de decisão de largar do levantador. Foi destacada a relação entre os dois times e a importância dessas interações também nas duas fases de transição do rali. Interações espaciais foram críticas para determinar o tipo de largada que seria utilizado. E ainda, interações interpessoais e extrapessoais influenciaram a decisão de largar
 

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