Resumo

Entendemos por Filosofia a ciência que se preocupa com questões fundamentais da existência, da realidade e sobre o ser humano. Neste estudo, partimos da relevância da Filosofia para o estudo do corpo humano na Educação Física. Julgamos que a mesma pode contribuir para a reflexão e a superação de problemas antigos da Educação Física, que se manifestam ainda hoje na área, como a dicotomia corpo-mente, prática não crítica, tecnicismo, concepção mecânica sobre o corpo, dentre outros. Dado isso, neste estudo temos como objetivo realizar um levantamento das principais contribuições da Filosofia para a ressignificação do entendimento de corpo na Educação Física. Para tal, lançaremos mão de uma abordagem qualitativa. O estudo se justifica por apresentar reflexões relevantes para a ressignificação do corpo no campo da Educação Física. ENTENDIMENTO DE CORPO A PARTIR DA FILOSOFIA Neste tópico, apresentamos um resgate sobre as diferentes formas de se compreender o homem, o corpo e a Educação Física. Apesar de reconhecermos essa temática como extremamente hodierna, adiantamos que as tentativas para entender essas manifestações não são novas, tendo em vista que os filósofos da Grécia antiga (século V e IV a.C.) já realizavam discussões acerca dessa temática. Dentre estes, podemos citar Sócrates, Platão e Aristóteles (GARCIA, 2012). O primeiro filosofo (Sócrates), conforme esclarecido por Cassimiro et al. (2012, p. 65), “[...] possuía uma visão integral de homem, julgando como importante tanto o corpo quanto a alma para o processo de interação do homem com o mundo [...]”. Além disso, este mesmo autor relata que a educação defendida por Sócrates tinha como base a formação integral do homem, em seus mais diferentes aspectos e manifestações formativas. No entanto, Coelho (2014) afirma que a alma, para Sócrates, seria mais relevante que o corpo. Isso pôde ser observado quando este foi condenado à morte. De acordo com Sócrates, a morte era apenas um momento de cisão entre alma e corpo, que oportunizaria os homens voltarem-se para a alma, chegando à verdade. Logo, o corpo seria apenas um instrumento para se alcançar a sabedoria plena. O que importava, de fato, era a alma. Assim, valeria mais o autocuidado com a alma, do que com o corpo humano.

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