Resumo
Essa dissertação tem como objeto de estudo a dinâmica curricular da Educação Física escolar com as mudanças impostas pela reforma do Ensino Médio. Buscamos responder a seguinte pergunta: como se deu a dinâmica curricular da Educação Física escolar no Novo Ensino Médio diante dos documentos e da realidade da escola onde o professor-pesquisador trabalha? Assim, definimos como objetivo geral: analisar a dinâmica curricular da Educação Física escolar no Novo Ensino Médio Integral no contexto de uma Escola de Referência em Ensino Médio do Estado de Pernambuco. Para isso, trilhamos os objetivos específicos: descrever, no polo da normatização do Novo Ensino Médio, a estruturação curricular numa Escola de Referência em Ensino Médio do Estado Pernambuco; discorrer sobre o trato com o conhecimento da Educação Física escolar no processo de seleção e organização dos conteúdos; comparar, no tocante da proposta curricular e do tempo e espaço pedagógicos, a normatização e organização escolar do antigo e do Novo Ensino Médio na especificidade da Educação Física escolar. Para alcançar os objetivos definidos desenvolvemos uma pesquisa documental e bibliográfica, com análise descritiva dos dados e de abordagem qualitativa. Recorremos à produção acadêmica, através de artigos científicos, e a documentos nacionais, estaduais e da escola, tais como: Leis, Decretos, Instruções Normativas, Portarias, planejamentos bimestrais, orientações, prescrições e organizações curriculares. Ao concluir a pesquisa notamos que o poder de escolha que o estudante do Novo Ensino Médio deveria ter não é materializável, fragilizando a formação e tirando o lugar de componentes curriculares histórica e socialmente consolidados para dar destaque aos Itinerários Formativos, as eletivas e as atividades complementares. No caso da Educação Física escolar, tivemos a redução da quantidade de aulas, dos conhecimentos e dos objetivos ligados aos conteúdos, diminuindo de maneira significativa o contato dos estudantes com os elementos da cultura corporal através dos saberes escolares da formação comum. Caso essa política não seja revogada quanto antes e se tenham discussões para o estabelecer novas orientações para o Ensino Médio, projetamos que a Educação Física escolar perderá significativamente o seu lugar no desenvolvimento da formação crítica dos estudantes por conta da impossibilidade de tratar os elementos da cultura corporal de forma aprofundada, e os estudantes sairão das escolas públicas com uma formação defasada e distante do pensamento crítico e do aprofundamento nos conhecimentos escolares, com poucas condições de continuar os estudos e de acessar boas oportunidades profissionais, os levando para o exercício das atividades profissionais mais básicas, servindo aos objetivos do mercado e dando continuidade à submissão social.