Resumo

INTRODUÇÃO: O snowboard cross é uma modalidade olímpica de inverno caracterizada pela alta intensidade e curta duração. Portanto, a preparação de um atleta dessa modalidade deve contemplar o desempenho de potência, principalmente durante a preparação geral. Nesse período, existe um predomínio de sessões que visam aprimorar o condicionamento do atleta para o momento com maior volume de treinamento técnico na neve. OBJETIVO: Verificar a dinâmica do desempenho de potência, a partir do salto vertical (com contra movimento – CMJ) após duas etapas de preparação distintas: geral (predomínio de sessões de treinamento fora da neve) e especial (predomínio de sessões de treinamento na neve) em uma atleta de snowboard cross em preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018. METODOLOGIA: O estudo considerou uma atleta de “snowboard cross”, modalidade que faz parte dos Jogos Olímpicos de Inverno. A etapa de preparação foi separada em duas etapas distintas: etapa geral, sem treinamento na neve, realizada para ganho de desempenho físico (EG - 8 semanas) e uma etapa de preparação especial, com sessões de treinamento da modalidade na neve (EE - 8 semanas). A atleta realizou três tentativas do salto vertical com contra movimento (CMJ) em três momentos distintos: M1- no início do programa de treinamento; M2 - ao final das 8 semanas de EG; M3 - após 8 semanas de EE. Foi retido para a análise o valor médio das três tentativas do CMJ. O volume de treinamento foi reportado em minutos por semana para cada etapa de acordo com seu direcionamento: Força (treinamento focado em aumento da força e potência muscular, realizado em geral com carga adicional ao peso corporal), Snowboard (treinamento focado em melhora da técnica da modalidade) e Outros (treinamento complementar para ganho de outras capacidades, como a resistência, caracterizado por corridas, bicicleta e skate, por exemplo). As variações no desempenho do CMJ foram avaliadas com base na mínima mudança importante (do inglês: smallest worthwhile change, SWC) que foi calculada multiplicando 0.3 x coeficiente de variação no desempenho do salto. RESULTADOS: Foi verificado um aumento do desempenho no CMJ de M1 para M2 (Figura 1A). Por outro lado, entre M2 e M3 não foi verificada uma mudança importante do ponto de vista prático (Figura 1B). Na EG, o volume semanal de treinamento em minutos foi de 300, 45 e 250, para Força, Snowboard e Outros, respectivamente; já na EE, o volume de treinamento em minutos foi de 160, 650 e 150, para Força, Snowboard e Outros. CONCLUSÃO: Com foco em ganho de força e potência em EG, representado pelo maior volume de treinamento com esse direcionamento em relação às demais fases, houve um aumento no desempenho no CMJ. Já na EE, houve predomínio do treinamento técnico da modalidade, no entanto, foi observada a manutenção do desempenho de potência, representado pelo CMJ. Essa manutenção poderia ser explicada pela continuidade dos estímulos de força e potência, mesmo que em menor volume.

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