Resumo

Alguns esportes praticados pelo público feminino carregam em si uma série de preconceitos e estereótipos. Muitas mulheres atletas e praticantes de diferentes modalidades sofrem até hoje com rótulos inapropriados devido a escolha do esporte que praticam. O objetivo deste estudo foi identificar as adversidades encontradas por mulheres praticantes de jiu-jitsu, fisiculturismo e futsal relacionadas ao machismo e preconceito. A pesquisa bibliográfica realizada para este estudo teve como foco a participação das mulheres no esporte de competição no Brasil. A Revista Observatório Brasil da Igualdade de Gênero (2014) traz uma afirmação sobre a carência de dados sobre o esporte feminino no Brasil, o que dificulta uma investigação profunda sobre a vivência de homens e mulheres no contexto esportivo, impossibilitando uma melhor comparação entre a realidade masculina e feminina. A partir destas informações seria possível precisar com mais eficiência as falhas e lacunas existentes neste cenário, a fim de melhorar o acesso e permanência das mulheres no esporte e lazer em igualdade de condições aos homens. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quali-quantitativa, na qual foi utilizado o método de análise de conteúdo para a análise de dados. O instrumento de coleta de dados foi um questionário com 8 questões abertas para mulheres atletas de fisiculturismo, futsal e jiu-jitsu e o grupo amostra foi constituído por 14 mulheres que atendiam aos requisitos de inclusão na pesquisa. Foram adotados os procedimentos éticos necessários. Foi possível analisar que o preconceito ainda faz parte da realidade de muitas atletas, sendo manifestado diferentes formas, de acordo com a modalidade praticada. A falta de incentivo na infância e adolescência é um dos problemas ainda enfrentados por diversas meninas, que crescem muitas vezes sem o contato com o mundo esportivo, e só depois de adultas, por curiosidade ou afinidade, decidem se inserir na prática esportiva. O fisiculturismo é constantemente atrelado ao corpo masculino, e por conta disso as atletas precisam lidar com críticas e olhares estranhos. O futebol, apesar de sua popularidade no país, ainda é um esporte discriminado no que consiste a prática feminina, ainda há muito o que desconstruir para que se tome um esporte igualitário. Por fim, o jiu-jitsu demonstrou ser um esporte mais equitativo entre os sexos, porém, a problemática também está presente. 

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