A Discriminação da Mulher Brasileira na Prática Esportiva
Por Jeniffer Lopes de Assis Venâncio (Autor), Janine Meirelles dos Santos Ramos (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Alguns esportes praticados pelo público feminino carregam em si uma série de preconceitos e estereótipos. Muitas mulheres atletas e praticantes de diferentes modalidades sofrem até hoje com rótulos inapropriados devido a escolha do esporte que praticam. O objetivo deste estudo foi identificar as adversidades encontradas por mulheres praticantes de jiu-jitsu, fisiculturismo e futsal relacionadas ao machismo e preconceito. A pesquisa bibliográfica realizada para este estudo teve como foco a participação das mulheres no esporte de competição no Brasil. A Revista Observatório Brasil da Igualdade de Gênero (2014) traz uma afirmação sobre a carência de dados sobre o esporte feminino no Brasil, o que dificulta uma investigação profunda sobre a vivência de homens e mulheres no contexto esportivo, impossibilitando uma melhor comparação entre a realidade masculina e feminina. A partir destas informações seria possível precisar com mais eficiência as falhas e lacunas existentes neste cenário, a fim de melhorar o acesso e permanência das mulheres no esporte e lazer em igualdade de condições aos homens. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quali-quantitativa, na qual foi utilizado o método de análise de conteúdo para a análise de dados. O instrumento de coleta de dados foi um questionário com 8 questões abertas para mulheres atletas de fisiculturismo, futsal e jiu-jitsu e o grupo amostra foi constituído por 14 mulheres que atendiam aos requisitos de inclusão na pesquisa. Foram adotados os procedimentos éticos necessários. Foi possível analisar que o preconceito ainda faz parte da realidade de muitas atletas, sendo manifestado diferentes formas, de acordo com a modalidade praticada. A falta de incentivo na infância e adolescência é um dos problemas ainda enfrentados por diversas meninas, que crescem muitas vezes sem o contato com o mundo esportivo, e só depois de adultas, por curiosidade ou afinidade, decidem se inserir na prática esportiva. O fisiculturismo é constantemente atrelado ao corpo masculino, e por conta disso as atletas precisam lidar com críticas e olhares estranhos. O futebol, apesar de sua popularidade no país, ainda é um esporte discriminado no que consiste a prática feminina, ainda há muito o que desconstruir para que se tome um esporte igualitário. Por fim, o jiu-jitsu demonstrou ser um esporte mais equitativo entre os sexos, porém, a problemática também está presente.