A Dramaturgia Feminina Nordestina e Sertaneja: o Espetáculo Candeia
Por Mariclécia Bezerra de Araújo (Autor), Brígida Maria de Miranda (Autor).
Resumo
Sente-se ao longe cheiros de ervas, de velas queimando; de rezas em cânticos que nos fazem sentir uma candura de bênçãos. É noite, mas a luminosidade que se vê atravessa trevas e rompe silêncios. Nisto, aos poucos, percebemos um poder revolto matriarcal; pois quatro mulheres nos recebem em seu lar, nos levando em sonhos, por meio de histórias ao universo do resgatar almas. Candeia é luz, guia e caminho, é um sublime feminino que se expande, pedindo licença pra lhe benzer com as forças da mata, das ervas e da fé. Este pulsar de corações nos acende antigas chamas, porque somos levadas a acessar nosso sagrado. Esta comunicação é uma reverberação de um trabalho teórico prático de minha pesquisa de doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Teatro (PPGT/UDESC/SC), vivida dentro de um grupo intitulado Estação de Teatro do Rio Grande do Norte/RN. Nele, descrevo as formas de uma escrita feminina sertaneja imersa em um processo feito somente por mulheres seridoenses, dando vida ao espetáculo chamado Candeia. Desta forma, percebi o quanto foi significativo vivenciar esta experiência, mediante os princípios da sororidade; das abordagens do feminismo, e da parceria entre mulheres de teatro.