Resumo

Na atualidade, muito se discute sobre educaÇÃo integral e os desafios educacionais frente Às demandas da sociedade tecnolÓgica e dinÂmica. PorÉm, sabe-se que educaÇÃo integral nÃo se confunde com tempo integral ou se resume em aprender a ler/escrever/calcular, mas em conceber o aluno de forma integral, expandindo as oportunidades de aprendizagem/formaÇÃo. Logo, entende-se que a educaÇÃo integral precede de uma concepÇÃo de corpo/aluno em sua totalidade. Desse modo, como deve ser concebido o corpo/aluno na educaÇÃo integral e qual papel da EducaÇÃo FÍsica (EF) nessa perspectiva? Assim, objetivou-se analisar a concepÇÃo de educaÇÃo do corpo em movimento, a partir de dados de uma pesquisa de mestrado sobre o ensino da EF. Para tanto, realizou-se uma investigaÇÃo qualitativa, com revisÃo da literatura referente À educaÇÃo do corpo em movimento. Constatou-se mediante os diferentes posicionamentos e abordagens no campo da EF, a necessidade de compreender e situar como e quais contribuiÇÕes relacionadas ao lugar do corpo na educaÇÃo devem ocupar nas prÁticas pedagÓgicas da atualidade. Considerar a educaÇÃo do corpo em movimento mediado pela aÇÃo da consciÊncia, É compreender as intencionalidades educativas em um movimento de superaÇÃo das dicotomias/fragmentaÇÕes de “corpo-mente”. Nessa perspectiva, o aluno, como condiÇÃo existencial, se movimenta, aprende e interage em suas aÇÕes e nas relaÇÕes que estabelecem com o mundo e com o outro, por meio das linguagens simbÓlicas, sinestÉsicas, verbais e nÃo verbais, de suas vivÊncias. Tendo em vista as possÍveis contribuiÇÕes dessa concepÇÃo na formaÇÃo integral dos alunos, deve-se ressaltar as intencionalidades educativas dessa perspectiva – de educaÇÃo do corpo em movimento – em proporcionar melhorias referente a qualidade do ensino, a criatividade e criticidade, o senso de responsabilidade, a capacidade de resolver problemas e construÇÃo de valores e princÍpios. Nesse sentido, sobre a expressÃo educaÇÃo do corpo em movimento, cabe esclarecer que a escolha da preposiÇÃo “em” entre as palavras corpo e movimento, torna-se relevante para a coesÃo textual em relaÇÃo À intencionalidade da expressÃo, ou seja, essa preposiÇÃo torna-se um mecanismo linguÍstico que permite uma articulaÇÃo lÓgico-semÂntica para uma construÇÃo conceitual para concepÇÃo de corpo/aluno em sua totalidade. Dessa maneira, emerge a necessidade de estudos, contribuiÇÕes e indagaÇÕes relacionadas a concepÇÃo e o lugar do corpo na educaÇÃo e na EF, superando concepÇÕes de corpo como mero instrumento das prÁticas pedagÓgicas ou um conjunto de cÉlulas e sistemas dentro de uma lÓgica biologicista ou tecnicista. Portanto, conclui-se que na educaÇÃo integral o corpo/aluno/movimento deve ser concebido em sua totalidade, como sujeito histÓrico que se constrÓi e se humaniza a partir de suas relaÇÕes interdependentes com outros corpos e saberes, sob a perspectiva da educaÇÃo do corpo em movimento.

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