Resumo

O presente estudo visa a análise da prática da Educação Física, segundo informações obtidas através de observações de aulas (26), entrevistas com professores (14), coordenadores de disciplina (2) e alunos (28) de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries de 2 escolas de Porto Alegre, uma particular (A) e outra pública (B). Como instrumento, foram utilizadas fichas de observação, entrevistas, documentos escolares e prescrições legais e grupos de discussão. Utilizou-se recursos de análise de conteúdo para codificação e exploração dos dados. A análise das observações permitiu a organização de 13 categorias, sendo que 8 delas referiam-se aos professores, e as 5 restantes, aos alunos. As categorias mais freqüentes evidenciadas na atuação dos professores, em ordem de prioridade, foram: (1) orientação dirigida, (2) autoritarismo, (3) reprodução; com relação aos alunos, destacaram-se, para os meninos, as categorias (1) obediência, (2) participação livre (especialmente quando havia futebol e voleibol), e para as meninas, (1) participação livre (na presença de atividades lúdicas diversas), (2) resistência. Os resultados obtidos, mostraram que o professor de Educação Física, trabalha freqüentemente de forma diretiva, age de forma impositiva, sem justificar a razão de sua ação e reproduz conteúdos pré-estabelecidos, sem explorá-los ou modificá-los de acordo às necessidades do grupo. Os alunos mostram-se obedientes às imposições autoritárias do professor e demonstraram maior satisfação e iniciativa ao participar dos diferentes jogos realizados eventualmente nas aulas de Educação Física. Esta realidade aponta a necessidade de um professor mais reflexivo e crítico, que analise o contexto global em que se insere a Educação Física e busque alternativas para uma prática verdadeiramente transformadora, capaz de formar indivíduos mais atuantes, criativos e críticos.

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