Resumo

No Brasil, na década de 1970, as universidades públicas ofereciam a disciplina de Educação Física, como componente obrigatório, nos seus mais diversos cursos, com objetivos e conteúdos específicos que deveriam atender aos interesses do período da ditadura civil-militar. No presente estudo, buscamos compreender, a partir de uma pesquisa de cunho bibliográfico, o papel da Educação Física atualmente, como componente curricular obrigatório no Ensino Superior, uma vez que, considerando seu contexto histórico, foi necessária uma ruptura com a prática alienante com a qual ela foi inserida no ambiente universitário, proporcionando uma nova perspectiva a seu respeito. Neste sentindo, discutirmos sobre: o cenário de inserção da disciplina nas universidades do país, assim como seus objetivos e as suas consequências; a Educação Física enquanto prática que contribui com formação humana necessária para a emancipação do sujeito e seu reconhecimento enquanto partícipe de uma sociedade; e também a necessidade de ressignificar os conteúdos da disciplina, buscando integrá-los aos projetos de pesquisa e extensão de forma interdisciplinar, gerando novos conhecimentos e melhorando a vida das comunidades. Argumentamos ao longo do texto sobre a necessária mudança de foco que a disciplina de Educação Física precisou adotar nas poucas instituições onde ainda é ofertada como obrigatória. Precisamos continuamente ressignificar os conteúdos para que os alunos possam reconhecê-los e utilizá-los no seu dia a dia, sendo ele agrônomo, médico veterinário, zooctenista ou engenheiro. Para isso, torna-se necessária sua contínua reflexão e discussão enquanto prática que atua na formação do sujeito autônomo e crítico, buscando atrelar aos conteúdos da cultura corporal os aspectos que possibilitem seu reconhecimento enquanto parte importante do contexto universitário.