A Educação Física Escolar e a Violência Urbana: Uma Interpretação Sócio-educacional
Por Clara Maria Silvestre Monteiro de Freitas (Autor), Maria Tereza de Abreu Baudel (Autor), Carmen Freyre Magalhães Melo (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A importância das aulas de educação física, e a preocupação com a violência
urbana na Escola Deanna Clarck Xavier da comunidade Sapucaia de DentroOlinda-PE, foi o objeto central desse estudo. Esta pesquisa de cunho descritivo
qualitativo e quantitativo de campo objetivou identificar a importância das
aulas de educação física, como fator primordial para minimização da violência
urbana. O estudo compreendeu 3 etapas. A primeira a revisão de literatura
buscando apreender o fenômeno urbano. A segunda a coleta dos dados através
das entrevistas com a aplicação dos questionários. A terceira onde os resultados
foram analisados, discutidos e interpretados à luz das categorias analíticas. Os
sujeitos foram 10 professores e 100 alunos do ensino fundamental II. Apresentase a seguir os principais resultados das análises advindas dos professores. Todos
eles gostam de lecionar e destes 40%, gostam de ser professor; e 30% admiram
a profissão. Sobre as dificuldades encontradas no cotidiano 40% apontaram o
desinteresse do aluno; 30% a falta de material escolar. Sobre a violência 100%
presenciaram algum tipo na escola. Dentre eles 50% a agressão física. Todos
os professores entrevistados sofreram algum tipo de violência dentro da escola,
destes 50% apontaram à falta de respeito dos alunos e o uso de drogas como
fator que leva a briga e a morte. Os resultados dos alunos apontaram que 59%
já presenciaram a violência. Ressalta-se que 96% dos alunos gostam da escola.
Quando perguntado sobre a participação nas aulas de Educação Física 69%
respondeu sim, porque realizam exercícios para os músculos e para mente, e
ajuda a ter uma vida saudável. Sobre o lazer, 60% utilizam os terrenos baldios
e 40%, não. Sobre a droga 18% fez uso de droga, dentre esses a mais utilizada
foi: a bebida alcoólica 12%; e 66% não responderam. 69% participam das
aulas de Educação Física; 18% fumaram, beberam usaram drogas e 83%
consideram-se felizes, apesar de viver numa comunidade carente de
oportunidades; com famílias vivendo lado a lado com alto índice de
marginalização, consumo e tráfico de drogas, ou seja: uma comunidade
estagnada sem chance de uma sobrevivência social digna. Em síntese, diante
do cenário apresentado, este trabalho busca divulgar e denunciar ao poder
público, que assiste de braços cruzados aos malefícios causados pelas políticas
públicas e educacionais, que infelizmente não estão voltadas para as camadas
desfavorecidas, inviabilizando uma educação básica de qualidade.