Resumo

Entre 2020 e 2022, a educação brasileira viveu um período complexo com mudanças significativas do dia-a-dia escolar por conta da pandemia da Covid-19: suspensão das aulas presenciais, intensificação e precarização do trabalho docente da educação física e vidas pessoais foram engolidas pelas relações de trabalho. Assim, a privacidade foi roubada digitalmente, o descanso permeado por demandas de trabalho, casas invadidas e vidas transformadas radicalmente. A Covid-19 foi o agente inesperado, mas conveniente, para a implementação de um projeto de destruição da educação pública. Um marco singular para a implementação desse projeto foi o golpe parlamentar de 2016, com a destituição da presidenta Dilma Rousseff. A direita hegemônica no congresso promoveu uma série de reformas adequando o país aos interesses do grande capital e da burguesia nacional e internacional, reduzindo o papel do Estado aos seus interesses: o retrocesso dos direitos sociais historicamente conquistados (reformas trabalhistas e da previdência); os cortes e vetos do governo para a educação nacional; o desmonte das universidades públicas e o vetos da Lei orçamentária Anual inviabilizando as metas do PNE de 2014. Já a eleição de 2018 conduziu o genocida Jair Bolsonaro a presidência, aprofundando ainda mais o abismo entre as classes sociais e a desestruturação do Estado brasileiro com sua política ultraliberal e com ele, o contingenciamento dos recursos financeiros das universidades públicas; cortes de verbas para a pesquisa Capes e CNPQ; e a quase institucionalização do Homeschooling. Esse avanço ao desmonte da educação pública, afetou diretamente professores da educação básica: perda de direitos e autonomia intelectual, vigilância e fiscalização por todos os lados, numa espécie de experimento real do projeto do movimento Escola Sem Partido.

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