Resumo

A expansão e consolidação da Estratégia Saúde da Família por todo o país têm garantido importantes conquistas, que possibilitaram a ampliação de suas ações com a inserção de outros profissionais envolvidos na promoção da saúde. Apesar de reconhecida como uma das profissões da área da saúde desde 1998, só após dez anos a educação física foi convidada a participar das políticas de saúde do SUS. Como novo espaço de atuação para a educação física, torna-se necessária a construção de um novo fazer, considerando os métodos, as técnicas e os procedimentos sistematicamente e historicamente adotados pelos profissionais pioneiros no SUS, e as mudanças constantes do perfil de doença da população. Neste sentido, esta pesquisa investigou sobre o processo de formação continuada e de intervenção da educação física para promoção da saúde na atenção básica, buscando implementar, desenvolver e avaliar a efetividade de um programa de intervenção, de base comunitária, com a população atendida pela Estratégia Saúde da Família quanto aos indicadores de saúde, barreiras para a prática de atividade física, percepção do programa, comportamento e nível da atividade física, além de outros indicadores. Mesmo com a adesão baixa às atividades práticas nas unidades básicas de saúde e da pouca visibilidade do Programa Ação e Saúde por parte da população, observou-se que os resultados comprovaram a efetividade para mudança de comportamento para atividade física e saúde em adultos na atenção primária, com resultados mais efetivos nos homens, e com uma maior redução do comportamento inativo nas mulheres. Quanto às barreiras para atividade física, as estratégias utilizadas pelo Pro Ação e Saúde demonstraram ser efetivas, onde os adultos apresentaram mudanças significativas para a maioria das barreiras entre o survey pré e pós, com a redução significativa para maioria das barreiras entre as mulheres quando comparadas aos homens. Apesar da efetividade comprovada da estratégia utilizada, em curto prazo (12 meses), sobre os indicadores de saúde, e os comportamentos e barreiras para atividade física em adultos e a percepção do programa, nota-se que, para se constituir o fazer da educação física, faz-se necessária uma maior compreensão do cotidiano da atenção primária e das bases teóricas que sustentam esse espaço chamado Sistema Único de Saúde. Logo, intervir com a educação física (atividade física) na perspectiva da promoção da saúde significa ampliar o conhecimento para além das questões biológicas e focar a atenção no desenvolvimento de habilidades e atitudes, que estimulem a construção do empoderamento. No Brasil, o maior desafio para os profissionais de educação física que desejam atuar na atenção primária, é identificar metodologias eficazes e efetivas para a rotina do SUS, pois, apesar de termos um modelo de atenção à saúde, como a Estratégia Saúde da Família, em constante crescimento e com boa resolubilidade, por outro lado ainda temos a limitação dos profissionais de saúde sobre a compreensão e entendimento do fazer de promoção da saúde.

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