Resumo
O estudo aqui apresentado teve como objetivo analisar os sentidos da Educação Física e esportes que são construídos no cotidiano de uma escola regular inclusiva, de ensino fundamental, nos 1º e 2º ciclos, buscando, para isso, identificar as representações sobre a diversidade e explicitar sentidos do termo inclusão na Educação Física na realidade escolar da Brinquedoteca, que permeiam os imaginários sociais dos atores envolvidos no processo educacional da referida escola, tendo como elemento principal o processo de inclusão das Pessoas Portadoras de Necessidades Educativas Especiais (PPNEE). A amostra foi composta por seis informantes: uma professora de Educação Física, três Professoras Atividades – 1a a 4a série e duas Supervisoras Pedagógicas. Para a análise das entrevistas, o presente estudo utilizou os princípios metodológicos fundamentados na Análise do Discurso (AD), baseado na vertente brasileira e perspectiva de Eni Orlandi (1988; 2003). Como apoio para a pesquisa, foram utilizados vários documentos, fotografias e diário de campo. Para tal análise utilizamos as seguintes categorias: a inclusão/integração; a diversidade na escola Brinquedoteca e o recorte da Educação Física. A categoria inclusão/integração foi encontrada como vínculo, convivência e cooperação, onde os sentidos apresentados mostram que a inclusão ora é vista como sinônimo de integração, ora como convivência e vínculo afetivo e ora como um processo amplo, que culminará com a escola sendo um fator de inclusão social. Quando se trata dos sentidos da diversidade na escola, a representação, que aparecem nos imaginários das entrevistadas, encontra-se a diversidade balizada pelo olhar do respeito à individualidade, à cooperação e ao apoio entre os atores sociais participantes do processo de inclusão escolar. Nos discursos das entrevistadas, a idéia de inclusão está vinculada às idéias que a criança portadora de necessidades especiais é doente, frágil, dependente e incapaz. Esta idéia esta ancorada no mito da fragilidade representado por Sísifo mascarado de criança, que segue em destino ao eterno retorno, já que está marcado pela naturalização da idéia de doença. Isso aparece em expressões de piedade e consolação, raramente, de esperança. Os sentidos da Educação Física encontrados nas análises das entrevistas, nos imaginários sociais, revelam representações fortemente marcadas pela história da EF e até da própria vivência com a sua prática na escola.