A educação pelo mar: estudo de caso nas escolas de surfe no Espírito Santo
Por Juliano Boechat Moulin (Autor), Andréia Silva (Autor).
Resumo
O surfe está longe de ser um esporte contemporâneo, talvez por inspirar modernidade e saúde, seja difícil acreditar que se trate de um esporte milenar. Este esporte é praticado por um público que possui valores, crenças e atitudes adquiridas na convivência proporcionada pela prática do mesmo, como contraponto a poluição e degradação das cidades; proporcionando ainda, uma total interação com a natureza. Através de sua extraordinária popularização, surgiram inúmeras organizações e centros de treinamento, as denominadas “escolas de surfe” que ano após ano forjam toda uma geração de atletas. Contudo, deve-se observar qual a formação dos profissionais que ministram as aulas, bem como as possibilidades educacionais dessa atividade. Nesse sentido, o objetivo do presente artigo foi refletir e analisar sobre as possibilidades educacionais do surfe, tendo como base as experiências de escolas dessa modalidade no Espírito Santo, verificando suas possíveis práticas pedagógicas. Esta pesquisa foi de natureza qualitativa, sendo realizado em um primeiro momento uma revisão bibliográfica sobre os assuntos do objetivo. Em seguida foi realizada um pesquisaexploratória de campo a qual vivênciamos a prática de ensino em escolas de Surfe no Espírito Santo, verificando a questão do ensino-aprendizagem desenvolvido nestes locais, a didática e a prática de ensino, o planejamento e também a relação entre a teoria e a prática pedagógica. Verificou-se através dos dados que a estrutura das escolas de surfe capixabas carecem de importantes fundamentos didáticos-pedagógicos, e os profissionais que ministram as aulas não possuem uma formação adequada, com teoria com a didática de ensino. No entanto, apesar dessas limitações o surfe possui possibilidades pedagógicas que podem vir a contribuir para a formação integral de seus alunos, na consciência corporal, consciência ambiental e espiritual.