Resumo

O presente estudo teve por objetivo analisar os efeitos da Educação pelo movimento sobre o rendimento escolar, em crianças com dificuldades de aprendizagem. A amostra foi composta por alunos da rede oficial do Município do Rio de Janeiro, onde a Educação Física, no primeiro segmento do primeiro grau, não é formalizada. Serviram como sujeitos da pesquisa, 22 crianças de uma turma de primeira série, da Escola Juliano Moreira, em Jacarepaguá, com idades entre 6 e 7 anos, de ambos os sexos, escolhidas, intencionalmente, por apresentarem baixo rendimento escolar. As crianças foram submetidas a pré e pós-avaliações: teste de proficiência motora Bruininks-Oseretsky, a que se considerou como Avaliação Psicomotora; Avaliação Sócio-Emocional e Avaliação Intelectual. Desta forma, considerou-se a criança em sua totalidade, nos três aspectos de sua formação. Um programa de Educação pelo Movimento foi aplicado ao grupo de crianças e incluiu atividades psicomotoras lúdicas, baseando-se no desenvolvimento psicomotor (Le Boulch, 1981, 1988); na evolução da inteligência humana (Fonseca, 1983, 1984) e na variabilidade de prática (Schmidt, 1975). Foram realizadas 40 aulas, com 4 aulas semanais, num total de três meses de duração. A comparação entre os rendimentos pré e pós das avaliações, através da análise estatística de Wilcoxon, no sentido unilateral, tendo-se encontrado diferenças significativas em favor do programa aplicado, com uma grande melhoria nos três rendimentos avaliados, a saber: Sócio-Emocional (0,0001), Intelectual (< 0,0001) e Psicomotor (< 0,0001). Tais resultados foram discutidos em termos dos benefícios que um programa específico de Educação pelo Movimento pode proporcionar à criança em idade escolar. Chegou-se a conclusão de que houve evidências suficientes, nos três rendimentos avaliados, para se afirmar que o programa de Educação pelo Movimento influenciou, de uma forma abrangente, no rendimento escolar das crianças. Assim sendo, devemos oferecer às crianças oportunidades adequadas de aproveitamento do seu potencial genético, pois muitas vezes, o sucesso ou insucesso da aprendizagem está na responsabilidade da ação educativa.

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