A Eficiência do Toque Háptico no Controle da Postura em Tarefas de Alto Desafio Ao Equilíbrio
Por F. L. Magre (Autor), T. D. A. Costa (Autor), G. A. Figueiredo (Autor), L. Roesler (Autor), E. Mauerberg-decastro (Autor).
Resumo
As oscilações constantes do nosso corpo podem aumentar de forma considerável quando somos submetidos a posições que desafiam nosso equilíbrio. Uma das formas de diminuir essas oscilações é através do toque leve, que por meio da informação háptica obtida pela ponta dos dedos, nos auxilia na orientação do corpo em relação ao ambiente resultando em diminuição da oscilação corporal. O objetivo deste estudo foi analisar a eficiência da informação háptica através do toque leve durante tarefas de equilíbrio com alta complexidade. A amostra foi composta por 15 jovens saudáveis, de ambos os sexos. Eles permaneceram em pé na posição tandem diretamente sobre uma plataforma de força (0 cm de altura) ou sobre uma trave de equilíbrio posicionada sobre a plataforma (20 cm de altura), com ou sem visão e ainda, tocando ou não uma superfície. O participante era instruído a tocar levemente (força inferior a 1 Newton) com a ponta do dedo indicador das mãos, a superfície de duas células de carga posicionadas uma em cada lado do participante, na altura do quadril. Dados da trajetória total do COP foram submetidos à análise. Uma ANOVA para três fatores (toque, altura e visão) foi realizada. A análise estatística integrando a variável trajetória total do COP no modelo mostrou efeito significativo para toque (F1,14=99,7; p<0,001; η2 =0,88), altura (F1,14=53,94; p<0,001; η2 =0,79) e visão (F1,14=25,41; p<0,001; η2 =0,64). Interações significativas ocorreram para toque e altura (F1,14=28,65; p<0,001; η2 =0,67), altura e visão (F1,14=54,44; p<0,001; η2 =0,79), e entre toque, altura e visão (F1,14=52,65; p<0,001; η2 =0,79). Os resultados demonstraram que o uso do toque, mesmo que leve, propiciou significativa redução na oscilação postural dos indivíduos em todas as condições, e em particular nas tarefas de complexidade maior. A condição mais complexa do estudo (elevação, sem visão) com o uso do toque diminuiu em 171% a oscilação do indivíduo comparado com a mesma condição sem toque. Os resultados reforçaram nossa premissa de que, mesmo em condições desafiadoras, a tarefa do toque leve através de pistas hápticas adquiridas pelo contato do dedo em uma superfície é eficaz para auxiliar na manutenção da postura.