Resumo

Dedicamo-nos a estudar os clubes sociorrecreativos no fim do século XIX em Curitiba, Paraná. Nossa intenção foi descobrir como constituía a representação da recreação nesse período, especificamente, com o olhar a partir das práticas da elite curitibana. Nessa direção, definimos como questão norteadora dessa tese: A recreação das elites no interior dos clubes sociorrecreativos, no fim do século XIX, era conformada sobre um forte aspecto coercitivo que agia como um processo de inculcação de um habitus social? A partir de leituras preliminares, estabelecemos como hipóteses: a) os clubes sociorrecreativos são a institucionalização de um habitus social de uma nova sociedade, isto é, atuam como um espaço de transição entre a recreação privada e a recreação pública das elites que, por sua vez, consolidam-se em modelos reproduzidos pelas classes populares; b) as práticas recreativas da elite curitibana, no final do século XIX, são constituídas de um forte aspecto coercitivo, sob o discurso moral de classe, que atua como mecanismo de controle na conformação de um habitus social. Para alcançarmos o objetivo proposto, optamos pelo estudo a partir de fontes, buscando no periódico "O Dezenove de Dezembro", em documentos oficiais e também em documentos dos clubes, informações que permitissem compreender esse cenário. Com suporte teórico em referenciais sobre recreação, bem como consulta a produções científicas sobre clubes, procuramos organizar nossa fundamentação teórica. Nessa direção, organizamos a tese em 3(três) capítulos, a seguir: O primeiro capitulo, intitulado "A conformação da recreação no Século XIX em Curitiba"; o segundo capitulo, "As elites se divertem em Curitiba no Século XIX"; e o terceiro capítulo denominado "Clubes sociorrecreativos no século XIX – espaço de tensões e ...de recreação". Além disso, desenvolvemos uma discussão sobre a constituição dos clubes a partir dos estudos realizados sobre esse segmento, mais detalhadamente sobre a produção que contemplava o Século XIX. Os argumentos construídos no desenvolvimento desta tese nos permitiram chegar à conclusão de que a recreação das elites no interior dos clubes sociorrecreativos, no fim do século XIX, era conformada sobre um forte aspecto coercitivo que agia como um processo de inculcação de um habitus social. Confirmaram-se nossas hipóteses de que as práticas da elite nos clubes influenciaram às demais classes sociais na constituição de um determinado habitus. Outra conclusão a que chegamos refere-se ao fato de que a elite ainda estava educando seus gostos para práticas mais refinadas e adequadas à sua posição social. Surge também novas perspectivas de investigação que nos incentivam à continuidade de novos estudos que discutam a possibilidade da existência de uma determinada categoria de habitus, na perspectiva de Bourdieu, o habitus recreativo

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