Resumo

O presente estudo se concentra em analisar, formas da resistência na coletânea: Onze em campo e um banco de primeira, publicado em 1998. Neste estudo observamos como as escritoras brasileiras construíram suas leituras da realidade política, social e cultural brasileira sob as lentes femininas do futebol. A obra apresenta o olhar, de 13 escritores e três escritoras, sobre a temática do futebol, com textos que vão muito além das quatro linhas, pois expressam os efeitos do fim do regime ditatorial na sociedade brasileira, além das questões sobre a política, cultura e as paixões envoltas ao futebol. Nos deteremos a analisar os contos: “Aguenta coração”, de Hilda Hilst, “Escanteio”, de Ana Maria Martins e “Que horas são?”, de Edla Van Steen, em busca de compreender como o tema do futebol será narrado para expressar várias outras formas de resistência ao autoritarismo social e de resistências em suas escritas, e como as autoras constroem significações e resistências em um campo temático, no qual as mulheres ainda têm sido alijadas e subalternizadas, nesse sentido, trataremos também da recuperação do debate sobre a proibição do futebol feminino em 1941, como resultado da expansão da participação de mulheres no esporte, evidenciado nos jornais, por conta da realização das primeiras partidas no estado de São Paulo.

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