Resumo

Embora a Ginástica Para Todos (GPT) tenha sido oficialmente estabelecida e regulamen- tada pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) no final da década de 1970, a literatura brasileira aponta que, a partir da realização da primeira Lingíada (1939) – um festival de Ginástica realizado na Suécia sem fins competitivos – que seu ideal passou a ser discutido nas instâncias gímnicas (AYOUB, 2003; PATRICIO; BORTOLETO; CARBINATTO, 2016; SOUZA, 1997). No entanto, quando nos atentamos para a história da Ginástica e, com um olhar mais aprofundado para a constituição da FIG, percebemos que a ideia de uma prática sem fins competitivos foi a primeira inspiração para a criação desta instituição. Desta forma, por meio de uma revisão bibliográfica, este estudo tem como objetivo elucidar a gênese de uma prática gímnica não competitiva, a qual suscitou a atual GPT, nas referências que tratam da história da Ginástica e da FIG. O surgimento oficial da FIG ocorreu na Bélgica, em 1881, a partir do projeto de Nicolas Cupérus (AYOUB, 2003; BROCHADO; BROCHADO, 2005; GRANDI, 2011; PARRISH; NURIGTH, 2012; PORSEY, 2015), o qual, ao invés de valorizar a performance individual, prezava por uma prática para todas as habilidades e níveis, e buscava criar um movimento universal que propagasse uma visão de bem- estar, promoção da atividade física e da linguagem corporal (GRANDI, 2011). Com o objetivo de promover o intercâmbio entre as diferentes teorias de Ginástica, a FIG organizava uma série de festivais atléticos internacionais que incluíam demonstrações de ginástica em grupos formados por homens e mulheres de todas as idades e habilidades. Porém, após um pouco mais de uma década de desenvolvimento destes festivais, surge a proposta de retomada dos Jogos Olímpicos envolvendo diferentes esportes, preconizada por Pierre de Coubertin (PORSEY, 2015).