Resumo

A derrota é para o esporte como a sombra social que paira sobre o que é refutado em um mundo produtivista como a tristeza, a depressão, o retraimento, a quietude, o silêncio e outras formas de subjetivação que escapam ao frenesi. Como prática discursiva, a derrota vem acompanhada de adjetivos que remetem ao que deve ser refutado, prevenido ou mesmo negado, uma vez que nenhum atleta treina e compete com a intenção de perder. Na estrutura do esporte contemporâneo observa-se a reprodução do modelo liberal que privilegia a vitória. Isso muitas vezes leva o vencedor das medalhas de prata e bronze a se sentir derrotado, negando um feito digno de registro histórico. Os desdobramentos da derrota não são suficientemente estudados, o que contribui para uma atitude de negação em relação a esta situação tanto por parte dos atletas quanto dos profissionais que atuam no universo esportivo. Por outro lado, certas dimensões do imaginário coletivo referentes ao conteúdo do esporte, ou seja, às produções socialmente compartilhadas, tendem a relacionar o atleta e a figura espetacular do herói. O objetivo deste trabalho é apresentar uma discussão sobre o imaginário da derrota no esporte contemporâneo, bem como apresentar algumas categorias que classificam resultados adversos, buscando assim contribuir para a compreensão desse fenômeno complexo.

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