Resumo

Neste artigo, procura-se desvelar a dominação masculina a partir da violência simbólica que se instaurou na trajetória de vida de meninos que praticam balé clássico e de meninas que jogam futebol. Aponta-se o enfretamento diário que os cerca socialmente no âmbito escolar, especialmente durante as aulas de Educação Física. Detectou-se, a partir das categorias sociológicas de Pierre Bourdieu (1989), que a ordem masculina, na realidade da sociedade brasileira, está inserida nos corpos, fazendo vítimas os meninos e as meninas sujeitos deste estudo. Revelou-se como a escola (agência hegemonicamente reestruturadora de habitus), por meio de juízos de valores e sanções e da disciplina de Educação Física como possibilidade pedagógica para o desenvolvimento das práticas elencadas (balé e futebol), perpetua e constrói as identidades de gênero e motiva a violência simbólica verificada e fundamentada nas suas trajetórias de vida.

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