A Eternização da Dominação Masculina na Trajetória de Vida de Bailarinos e Jogadoras de Futebol e a Prática Pedagógica no Interior da Escola
Por Fábio Tadeu Reina (Autor).
Em Revista Educação e Cultura Contemporânea v. 12, n 27, 2015. Da página 199 a 211
Resumo
Neste artigo, procura-se desvelar a dominação masculina a partir da violência simbólica que se instaurou na trajetória de vida de meninos que praticam balé clássico e de meninas que jogam futebol. Aponta-se o enfretamento diário que os cerca socialmente no âmbito escolar, especialmente durante as aulas de Educação Física. Detectou-se, a partir das categorias sociológicas de Pierre Bourdieu (1989), que a ordem masculina, na realidade da sociedade brasileira, está inserida nos corpos, fazendo vítimas os meninos e as meninas sujeitos deste estudo. Revelou-se como a escola (agência hegemonicamente reestruturadora de habitus), por meio de juízos de valores e sanções e da disciplina de Educação Física como possibilidade pedagógica para o desenvolvimento das práticas elencadas (balé e futebol), perpetua e constrói as identidades de gênero e motiva a violência simbólica verificada e fundamentada nas suas trajetórias de vida.