A Experiência De Uma Treinadora No Projeto Futsal Feminista: A Primeira Temporada
Por Martina Burch (Autor), Luma Lemos Aires (Autor), Guy Ginciene (Autor).
Em XXIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte. IX CONICE - CONBRACE
Resumo
A profissão de treinadoras e treinadores esportivos perpassa diversas questões em seu percurso formativo, sendo muitas vezes considerada idiossincrática por natureza, e, portanto, difícil de ser semelhante (NASH; SPROULE, 2012). A sua efetividade na profissão é sustentada por uma soma de competências e conhecimentos que se relacionam não apenas com o domínio da sua intervenção, mas também com a necessidade de se relacionar com outras/os atrizes e atores deste cenário esportivo (ABRAHAM; COLLINS; MARTINDALE, 2006; DEMMERS; WOODBURN; SAVARD, 2006). Ser uma treinadora para muitas mulheres se assemelha a participar de uma corrida com diversos obstáculos, alguns visíveis e outros ainda obscuros. A ausência de representatividade em cargos de liderança faz com que muitas ainda não se vejam ocupando determinados espaços. Portanto, a partir dos meus anseios, curiosidades e da importância de se pesquisar sobre essa temática, é que busco responder à pergunta: “Como se constitui a experiência de ser uma treinadora esportiva no Projeto Futsal Feminista?”Apresentar a experiência particular de uma treinadora na primeira temporada do Projeto Futsal Feminista.Nesse texto, propomos a utilização da autoetnografia para compreender como se constitui o processo de ser uma treinadora esportiva dentro de um determinado ambiente. A escolha é justificada porque a autoetnografia nos convida a falar de coisas e fenômenos socioculturais que as pessoas não estão acostumadas a falar e a expor (GRANT, 2014). A autoetnografia foi realizada no projeto de extensão chamado “Escola de Esportes” realizado na Escola Superior de Educação Física, Fisioterapia e Dança-ESEFID, localizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Este projeto teve como intuito atender mulheres universitárias (graduandas e pós-graduandas) da Universidade Federal do Rio Grande do SulUFRGS. Por meio da minha atuação na primeira temporada frente ao projeto intitulado: “Futsal Feminista”, busquei compreender essa constituição de ser treinadora esportiva num determinado contexto.