Resumo

A extensão universitária no Brasil teve início do século XX, voltada para as classes pobres da sociedade. Porém, na prática, esse objetivo não foi alcançado porque os cursos que as Universidades ofereciam só interessavam aos graduados. Anos depois, por pressão da própria classe popular, os cursos passaram a atingir seus interesses, porém, com característica assistencialista porque eram apenas medidas paliativas que em nada influenciavam a formação política dessas pessoas. E foi assim durante muitos anos até que, na década de 80, os educadores, após muitos anos de luta, conseguiram fazer emergir uma nova concepção de extensão. Foi quando surgiu o FORPROEX e com ele o entendimento de que a extensão pode ter outro papel, qual seja: contribuir para uma formação social, política e cultural das comunidades com as quais se relaciona e na sistematização do conhecimento acadêmico. Com esse novo modo de fazer extensão, ao relacionar-se diretamente com as comunidades pobres, a Universidade tem a possibilidade de superar o assistencialismo que serve apenas para manter a hegemonia e contribuir para amenizar os problemas sociais. . Com bases no acima exposto, esta pesquisa tem como objetivo geral examinar a concepção de extensão adotada pelo projeto ‘Jovens com a Bola Toda’ através da análise dos impactos conforme os seus objetivos propostos. Os objetivos específicos são: identificar a filosofia do projeto de extensão ‘JBT’; configurar a extensão no aparato legal da Educação superior; identificar a contribuição do projeto ‘JBT’ para a área Itaqui-Bacanga e, por fim, estimular, a partir da reflexão, a auto-avaliação nos outros projetos de extensão. Quanto à metodologia utilizada, temos: análise documental para entendermos a filosofia do projeto JBT; observação, com a intenção de apreendermos se há e qual a influência do JBT nas ações dos sujeitos entrevistados; entrevista para sabermos se os objetivos propostos nos documentos do projeto JBT estão sendo alcançados. Para tanto, utilizamos como referencial Ana Luisa Sousa (2000), Maria das G. Tavares (1997, 2001) e Roberto Gurgel (1986). Concluímos que a Universidade hoje convive com as duas concepções de extensão, sendo a assistencialista a que está presente na maioria dos documentos oficiais. Já o projeto JBT adota a mesma concepção de extensão do FORPROEX, isso porque seus integrantes entendem a importância da relação Universidade-Sociedade para o processo de formação dos acadêmicos e para a minimização dos problemas sociais. O projeto consegue alcançar o objetivo proposto nos seus documentos - desenvolver nos jovens princípios sociais e educacionais, pois como elucida a comunidade da área Itaqui-Bacanga, o projeto tem influenciado de forma consubstanciada a formação dos adolescentes. Por outro lado, o projeto aparece como fundamental na vida dessas pessoas porque não há Políticas Públicas nessa área e também pela característica social da mesma – risco iminente de uso de drogas, de entrar na marginalidade, entre outros e, com isso, as mães procuram todos os mecanismos possíveis para ocupar seus filhos e com qualidade, como é o caso do projeto JBT que oferece atividades esportivas e educacionais.

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