Resumo

O objetivo do presente estudo foi analisar um projeto de extensão universitária em atividade desde 2006 e cujo intuito reside no oferecimento de atividades circenses para crianças de 6 a 12 anos nas dependências de uma Universidade pública brasileira no interior do estado de São Paulo. Considerando que se trata de um projeto consolidado, em curso há mais de 10 anos, foi realizada pesquisa qualitativa, por meio de observações de campo durante um semestre de atividades (16 encontros) e entrevistas semiestruturadas com os monitores e com o coordenador do projeto. Os resultados apontam aulas ministrados por educadores em formação acadêmica (graduados e pós-graduandos em Educação Física) sendo suplantados por um coletivo de estudiosos do Circo (artistas, historiadores, pedagogos), atividades e ações pedagógicas orientadas por uma diversidade de fontes de conhecimentos e (re)ações discentes em acordo com as proposições educativas do projeto. A ludicidade dos jogos e brincadeiras, a aceitação das diferenças e o contato com a diversidade de práticas circenses atreladas à expressividade, criatividade e criticidade foram elementos que permearam o projeto e configuram-se em princípios a serem extrapolados (adaptados e/ou inspiradores) para outras iniciativas com a pedagogia das atividades circenses. Por fim, ressaltamos, a partir dos resultados observados e das proposições apresentadas, que a desejada composição arte circense/Educação Física escolar dá azo ao tensionamento de uma educação demasiada informativa, opinativa e imediatista. De resto, vale a menção de que está em jogo o desafio aos professores de Educação Física por engendrar gretas para a temática circense em suas propostas curriculares.

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