Resumo

O bloqueio colinérgico dos núcleos ventromedias do hipotálamo (VMH) reduz a ,dissipação de calor durante o exercício físico, levando a uma maior taxa de acúmulo ,de calor, antecipando a fadiga em 37% .Embora tenha sido verificado a participação ,das sinapses colinérgicas dos VMH sobre a termorregulação durante o exercício até ,a fadiga, não foi demonstrado o controle desse núcleo em temperatura ambiente em ,que a produção e a dissipação de calor não são diferentes. Dessa forma, em ,condição controle não haveria alterações na taxa de variação de calor e estimulação ,de neurônios sensíveis a temperatura. A fadiga, assim, seria determinada por outros ,fatores senão térmicos. Além disso, não se sabe se a atividade termogênica dos ,VMH é dependente da temperatura ambiente e do aumento da taxa metabólica ,induzido pelo exercício. Assim, o objetivo do estudo é definir uma temperatura ,ambiente na qual a temperatura interna não é alterada durante o exercício físico até ,a fadiga e ainda, verificar o efeito do exercício físico e da temperatura ambiente ,sobre a atividade termogênica dos núcleos ventromediais do hipotálamo. Foram utilizados ratos adultos da linhagem Wistar pesando entre 250 e 350 gramas. O estudo foi dividido em dois delineamentos experimentais. No primeiro ,delineamento experimental, os ratos intactos foram submetidos a corrida em esteira ,rolante a 20m/min e 5% de inclinação até a fadiga em ambiente de 8ºC, 12ºC e 15ºC ,e URA de 50%. A temperatura interna, a temperatura da pele da cauda e o tempo ,total de exercício foram medidos. A temperatura interna dos animais intactos reduziu ,durante a corrida em ambiente de 8ºC e aumentou a 15ºC. Em ambiente de 12ºC a ,temperatura interna dos ratos não modificou do início do exercício físico até o ,momento da fadiga. A temperatura da pele da cauda dos animais reduziu a partir do ,2º minuto de exercício nas temperaturas ambientes. No delineamento experimental 2, os animais receberam implante de cânulas ,crônicas bilaterais nos VMH. Os ratos foram submetidos a duas condições ,experimentais separadas por um intervalo de pelo menos dois dias. Os ratos ,receberam injeção de 0,2µL de solução salina (0,15 M) ou metilatropina (2,5 x 10-2 ,M) nos VMH antes de iniciarem a situação de repouso ou exercício físico. As ,temperaturas interna e da pele da cauda e o tempo total de exercício foram medidos. Esse protocolo foi repetido em temperaturas ambientes diferentes, a 5ºC, 12ºC e ,15ºC e sempre com umidade relativa do ar de 50%. O bloqueio colinérgico nos VMH reduziu o tempo de exercício físico nas três temperaturas ambientes. A temperatura ,interna reduziu a 5ºC, aumentou a 15ºC e não apresentou alterações a 12ºC durante ,o exercício. A injeção de metilatropina nos VMH não modificou a temperatura interna ,em comparação ao grupo salina. A temperatura da pele da cauda dos ratos reduziu ,no grupo salina e no metilatropina nas três temperaturas ambientes, durante o ,exercício físico. Não houve diferença entre o grupo salina e metilatropina nas três ,temperaturas ambientes. Diante desses dados, concluímos que a temperatura interna dos animais não é ,alterada durante o exercício físico a 20 m/min, 5% de inclinação até a fadiga sob ,temperatura ambiente de 12ºC. E ainda que os receptores colinérgicos muscarínicos ,dos núcleos ventromediais hipotalâmicos modulam o tempo de exercício até a fadiga ,independente da temperatura ambiente na qual a atividade é realizada.

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