A Fadiga Influencia a Resposta dos Músculos Eversores Após a Simulação de Uma Entorse do Tornozelo?
Por Karina Aparecida Rodrigues (Autor), Júlia Colin Brazão (Autor), Bruna Milene César (Autor), Eduardo Heidi Ozaki (Autor), Renato de Sousa Almeida (Autor), Renato José Soares (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 21, n 1, 2015. Da página 8 a 12
Resumo
Introdução: a entorse em inversão do tornozelo, uma das lesões mais comuns do esporte, muitas vezes ocorre na fase final de um treino ou competição. Mesmo sabendo que a entorse é multifatorial, tal característica gera a hipótese que a fadiga muscular possa ser um fator predisponente para o desenvolvimento da lesão. Objetivo: a presente investigação propõe o estudo da resposta reflexa dos músculos fibular curto e longo em condições de fadiga. Métodos: participaram do estudo 10 voluntárias do sexo feminino, sem histórico de entorse do tornozelo, fisicamente ativas. Utilizou-se uma plataforma simuladora da entorse em inversão do tornozelo, na qual ambos os pés das voluntárias foram fixados e somente abaixo do fixador do pé direito encontrava-se um transdutor de força. Para a indução da fadiga, inicialmente foi registrada a contração isométrica voluntária máxima (CIVM) em eversão. Durante a indução, as voluntárias foram orientadas a manter 70% da CIVM. No momento em que a força aplicada era menor que 60% da CIVM o protocolo era interrompido e as voluntárias imediatamente posicionadas sobre a plataforma simuladora. Antes e após a fadiga foram realizadas 10 simulações da entorse em ambos os tornozelos, de forma aleatória, e simultaneamente, o sinal eletromiográfico foi registrado. A análise, no domínio do tempo, contemplou o estudo da latência e da amplitude do sinal. Resultados: após a fadiga não houve alteração da latência, no entanto, ocorreu uma redução da amplitude do sinal. A queda da amplitude do sinal pode ser considerada uma resposta ao processo de fadiga. Esse decréscimo é um indicativo da diminuição da capacidade de recrutamento das unidades motoras decorrentes das alterações do input neural que chega ao músculo. Conclusão: a fadiga muscular diminui a amplitude da resposta dos músculos eversores após a entorse do tornozelo.