A Fala dos Excluídos

Apresentação Regina Leite Garcia Victor V. Valla A fala dos excluídos Regina Leite Garcia Victor V. Valla A viloência e seus impasses na vida cotidiana dos educadores de rua - Breve recorte provocativo Maurício Camillo da Silva Gritando aos quatro ventos: Viva o povo brasileiro! Azoilda Loretto da Trindade Em busca do tempo perdido Mona Lisa F. Cardoso Picada, becos, vielas: Caminhos do saber Mônica Peregrino "É como se a gente não entendesse muito e nem eles querem que a gente entenda" Adir Luz Almeida Construindo o conhecimento sobre saneamento básico nas favelas através das "falas" e informações da população Rosely Magalhães de Oliveira Movimentando o binóculo: das análises que imobilizam às fala que interrogam Marize Cunha A visibilidade que (quase) ninguém vê: a relação entre etnia, pobreza e exclusão na trajetória das creches comunitárias nas favelas cariocas Maria Tereza Goudard Tavares Educação popular em "tempos" de mulheres papeleiras Nilton Bueno Fischer -------------------------------------------------------------------------------- A fala dos excluídos Regina Leite Garcia* Victor V. Valla** Resumo: Discutindo-se as formas de lidar com a exclusão integrativa a que estão sujeitas as classes subalternas, pretendemos deixar falar os historicamente silenciados, pondo em questão o que é saber e quem define o saber. Palavras-chave: subalternidade, poder, saber, impasse, novo paradigma. * Doutora em educação pela UFRJ e professora titular de Educação na Universidade Federal Fluminense. ** Doutor em História pela USP, professor titular da Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz e professor adjunto na Universidade Federal Fluminense. Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- A violência e os Impasses na vida cotidiana dos educadores de Rua - Breve recorte provocativo Maurício Camillo da Silva* Resumo Neste texto é feita uma leitura provocativa de como se vêem os educadores de rua, bem como as situações de violência a que estão expostos os meninos e meninas que vivem nas ruas das grandes cidades. Palavras-chaves: meninos e meninas de rua, violência, educador, sobrevivência, conflito. * Educador Social de rua, vinculado até 1995 ao Projeto de Acompanhamento a Grupos de Meninos e Meninas que estão nas ruas do Rio de Janeiro - Centro de Investigação e Ação Social João XXIII, Instituto Brasileiro de Desenvolvimento - IBRADES. Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- Gritando aos quatro ventos: viva o povo brasileiro Azoilda Loretto da Trindade* Resumo Discutindo o poder da palavra no processo de fortalecimento da exclusão social, o texto propõe um novo olhar sobre o povo brasileiro e um encontro dialógico com os grupos sociais historicamente excluídos da possibilidade de usufruir dos bens sociais que produziram coletivamente. Objetiva também, contribuir para a na potencialização da construção de uma sociedade com eqüidade e justiça. Palavras-chave: exclusão social, histórias submersas, racismo, potência de vida, eqüidade e transformação social. * Professora Primária. Militante do Movimento Negro. Mestre em Educação pelo IESAE/FGV. Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- Em busca do tempo perdido Mona Lisa Fouyer Cardoso* Resumo Neste trabalho há experiências desenvolvidas por senhoras e uma aluna de quatorze anos, que não estudaram por motivos econômicos e sociais, e agora realizam esse sonho com entusiasmo e alegria, chegando até à produção de pequenos textos. Palavra-chave: alfabetização, auto-confiança, mudança, mulher. * Professora do Projeto MOVA, ligado à Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Angra dos Reis. Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- Picada, becos, vielas , caminhos do saber Monica Peregrino* Resumo O presente texto busca discutir a produção de conhecimento por parte de sujeitos subalternos. A partir da análise da experiência de vida e de trabalho do grupo Sementinha, formado por agentes de saúde do Complexo de Favelas da Penha, foi-nos possível perceber a apropriação, reelaboração e crítica do conceito médico de prevenção por parte destas mulheres. Palavras-chaves: conhecimento, hegemonia, reelaboração, subalternidade. * Mestre em educação pela Universidade Federal Fluminense, tendo concluído o curso em 1995 com a dissertação "Sobre a ciência dos homens comuns: vivência e reelaboração na produção do saber dos subalternos", na qual se baseia o presente texto. Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- "É como se a gente não entendesse muito e nem eles querem que a gente entenda" Adir Luz Almeida* Resumo O artigo discute estratégias, próprias da sociabilidade capitalista, que servem para produzir a concepção hegemônica de que a população subalternizada é incapaz, por suas próprias dificuldades, de participar da vida pública e pensar de maneira crítica as condições de vida a que está submetida. Coloca o desafio que é para os grupos de mediação, efetivamente entenderem o que a população fala e como se dá essa fala. Entender o saber da população. Palavras-chaves: Sociabilidade, população subalternizada, grupos de mediação, saber * Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, Psicóloga da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- Construindo o conhecimento sobre saneamento básico nas favelas através das falas e informações da população . Rosely Magalhães de Oliveira* Resumo O texto propõe uma discussão sobre o potencial informativo das "falas" dos grupos populares para a análise das condições dos serviços básicos nas favelas do município do Rio de Janeiro. Aponta também como diferentes atores enfatizam distintamente o problema analisado, de acordo com sua posição no cenário de problemas. Considera-se que as informações coletadas através de relação mais permanente com os grupos populares pode contribuir para desvendar a representação da realidade apresentada pelos dados oficiais. Assim, relata-se como o processo de investigação pode ajudar a (re)construir o conhecimento sobre a realidade estudada. Palavras-chave: abastecimento de água, conhecimento popular, favela, informação, saúde pública. * Engenheira Sanitarista, Mestre em Saúde Pública, Pesquisadora Visitante do Departamento de Endemias da Escola Nacional de Saúde Pública, através do convênio FAPERJ/FIOCRUZ. Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- Movimentando o binóculo: das análises que imobilizam às fala que interrogam Marize Cunha* Resumo O trabalho reflete sobre a necessidade de reconstrução dos referenciais de análise e compreensão das lutas populares, tendo em vista os impasses surgidos nas experiências de pesquisa desenvolvidas junto aos moradores de algumas favelas do Rio de Janeiro. Considera-se aqui os desafios trazidos pelas falas dos atores sociais a respeito de suas condições e experiências de vida. Falas, cujas contradições, criticidade e intensidade vêm interrogar nossos esquemas teóricos e metodológicos, suscitando-nos a necessidade de redefini-los. Palavras-chave: conhecimento; história; movimentos populares; subalternidade * Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, Professora da Rede Pública Municipal do Rio de Janeiro, Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas da Leopoldina (CEPEL). O artigo a seguir é baseado em discussões abordadas na dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Educação, CUNHA (1995). Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- A visibilidade que (quase) ninguém vê: a relação entre etnia, pobreza e exclusão, a trajetória das creches comunitárias nas favelas cariocas Maria Tereza Goudard Tavares* Resumo Este artigo descreve e analisa alguns movimentos da trajetória sócio-histórica das creches e pré-escolas comunitárias nas favelas cariocas, privilegiando suas relações com uma " Secretaria Especial " de Governo. A análise parte das contradições de percurso das creches comunitárias, procurando destacar as lutas das camadas populares pelo acesso aos bens culturais, dentre eles à educação pré-escolar e à creche. Trata-se de um breve inventário sobre os 15 anos das creches comunitárias no Rio de Janeiro, resgatando a memória e a história desses espaços educativos, bem como a luta das camadas populares por políticas de inclusão social. Palavras-chave: Creche Comunitária - Favelas Cariocas - Memória e história * Mestre em Educação pela Universidade Federal Fluminense, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Técnica de Educação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro Voltar ao Sumário -------------------------------------------------------------------------------- Educação popular em "tempos" de mulheres papeleiras Nilton Bueno Fischer* Resumo A partir da reflexão das práticas de educação popular desenvolvidas com mulheres papeleiras, da periferia urbana da cidade de Porto Alegre (RS), nestes últimos oito anos, através dos projetos de geração de renda, este artigo destaca a importância da categoria tempo como fonte pedagógica para educadores populares. Destaca-se a interface que projetos de geração de renda tem com outras áreas do conhecimento (economia, antropologia e ciência política) bem como as suas relações com políticas sociais e o poder público. Palavras-chaves: Educação e classes populares, mulheres e educação popular, economia popular e educação, geração de renda e lixo seletivo, políticas sociais e educação popular. * Professor Titular de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Coordenador dd Programa de Pós-Graduação em Educação. Pesquisador do CNPq