Resumo

A sociedade inevitavelmente mudou e com isso também mudaram os comportamentos, impactando negativamente nos níveis de atividade física dos seres humanos. A solução parecia vir com a possibilidade de criação da rotina em praticar Exercícios Físicos (EF), porém, quando os pesquisadores verificaram que a aderência ao EF era baixa, começaram a investigar amplamente quais os motivos da desistência e esta questão ainda permanece em aberto. Alguns estudos sugerem que os profissionais de Educação Física podem gerar algum impacto sobre a aderência em seus alunos, através de fatores sociais, ambientais e emocionais. O objetivo deste estudo foi compreender quais fatores estão envolvidos no aspecto motivacional, social e emocional em alunos praticantes de EF, aderentes e não-aderentes, em função de suas relações com o profissional de Educação Física em contexto da ginástica multifuncional a partir da Teoria da Autodeterminação, Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva. O estudo foi de metodologia mista sequencial com coletas quantitativas e qualitativas realizadas simultaneamente. As coletas ocorreram em 4 unidades do Sesc/SP, contemplando regiões Norte, Sul, Leste e Oeste da grande São Paulo. Foram utilizados cinco questionários (BREQ-3, EMI-2, BPNSFS-E, QBAEF e EFC) e uma bateria de perguntas sociodemográfica. Durante a parte quantitativa, tiveram 312 participantes, do sexo masculino e feminino entre 18 e 76 anos e na parte qualitativa, 16 entrevistas individuais. Os resultados indicam que há diferenças significativas (p < 0,05) em aspectos motivacionais e sociais ao comparar grupos aderentes e não-aderentes, a partir da Teoria da Autodeterminação e Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, com tamanho do efeito pelo traço de Pillai tímido (abaixo de 0,2) e nenhuma diferença entre grupos sobre aspectos emocionais a partir da Psicologia Positiva. Foi discutido que existem aspectos motivacionais presentes na atual pesquisa, que reforçam características de pessoas aderentes e não-aderentes. Embora o tamanho do efeito tenha sido pequeno, tanto para aderente quanto para não-aderente, o forte componente social pode estar associado ao desenvolvimento e à manutenção da aderência ao EF, indicando que o profissional de Educação Física parece ter influências na dinâmica contextual da prática de EF, no aumento da motivação ou na inibição dos processos de aderência ao exercício físico. Mais estudos são necessários para verificar como o conjunto destes fatores teóricos, mapeados pelos questionários, se relacionam e influenciam na aderência ao exercício físico de ambos os grupos. Ademais, o estudo oferece estratégias e recursos para profissionais de Educação Física na leitura de praticantes aderentes e não-aderentes ao EF, auxiliando e contribuindo no desenvolvimento de abordagens para um melhor desenvolvimento de treino e para um desenvolvimento humano saudável induzidos pela cultura de movimento

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