Resumo

Esta tese consiste na aproximação do pensamento de Bruno Latour à temática da formação do fisioterapeuta, no que se refere à utilização do conceito de híbrido para contribuir com o aprofundamento do assunto no âmbito das práticas da fisioterapia. A análise segue voltada para as relações entre natureza e cultura como partes de uma mesma tessitura, mas que se apresentam para a ciência moderna como separadas. A hipótese levantada é que o fazer da fisioterapia é híbrido, porque expõem as características inevitáveis das misturas. Portanto, o objetivo principal deste trabalho é evidenciar, a partir da análise de matrizes curriculares e perfis profissionais, as condições que favorecem a proliferação de híbridos durante a construção da identidade profissional. Os procedimentos metodológicos desta pesquisa envolveram etnografia, análise documental e entrevistas com professores. As instituições participantes foram a Universidade Estadual de Londrina (Brasil – Paraná) e a Keele University (The UK). A partir da análise dos dados depreendemos três categorias: 1) Perfil profissional: entre currículos, diretrizes e projetos pedagógicos; 2) Campo de poder: entre interesses, limites e possibilidades das estruturas curriculares; 3) Integração curricular: a valorização das misturas na formação do fisioterapeuta. A análise destas categorias desenvolveu-se seguindo uma linha de raciocínio, começando pela demonstração das diferentes concepções sobre o perfil profissional, evocando passado, presente e futuro. Passando em seguida, para o campo da fisioterapia e suas tensões, que deixaram claras as resistências, disputas e diferenças de capitais sociais e, como estes podem influenciar/modificar a trajetória que foi planejada pelas matrizes curriculares. A integração curricular, por sua vez, condensou as expectativas de explicar o conhecimento fisioterapêutico como alicerçado pelo conceito de híbrido, porque...
 

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