A formação inicial de docentes na área da Educação Física Inclusiva em Moçambique: Uma abordagem metodológica mista
Por Leonor Francisca (Autor), Manuel Jose Picardo (Autor), Maria João Campos (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
: Muitas têm sido as questões dirigidas às universidades Moçambicanas sobre a qualidade da formação nas práticas educativas inclusivas em geral e na área da Educação Física em particular. Um dos aspetos mais debatidos tem a ver com os modelos curriculares utilizados e a sua implementação a nível na formação inicial dos professores nos cursos de licenciatura, incluindo a Educação Física Escolar. Várias são as opiniões que, na maior parte dos casos estes não garantem aos futuros professores uma apropriação de saberes e competências práticas necessárias à docência e a uma educação que se pretende inclusiva. Objetivos: Compreender a eventual necessidade da reformular o modelo curricular de formação e os currículos dos cursos de EF, nas Universidades moçambicanas, e sugerir a introdução de novos conteúdos e o desenvolvimento de novas competências, com a intenção de promover uma formação mais holista e adequada dos professores. Métodos: Os participantes serão professores de EF profissionalizados de Moçambique, estudantes dos cursos de EF das diferentes Universidades Moçambicanas e docentes universitários, responsáveis pela lecionação na área da EF Inclusiva. O estudo será baseado numa abordagem metodológica mista (quantitativa e qualitativa) baseada nas diretrizes definidas pela Federação Europeia de Atividade Física Adaptada para a regulação da formação. Isso, através do recurso à análise documental dos diferentes currículos de formação docente, em cada uma das instituições formadoras, aplicação de questionários e realização de entrevistas em grupos focais, de modo a obter uma visão mais detalhada das ideias, dos motivos e das razões pelas quais os intervenientes questionam o modelo de formação vigente, bem como analisados e discutidos com os formadores as opções existentes e eventuais melhorias necessárias no modelo de formação. Conclusões: A capacitação e a melhoria da formação dos profissionais de EF para uma abordagem inclusiva passa obrigatoriamente pela melhoria do conhecimento e das competências tidas como fundamentais para uma resposta educativa adequada às necessidades dos estudantes com deficiência, no âmbito da EF e do Desporto. Cabe às universidades concretizar as modificações formativas necessárias para que se alcance tal objetivo com sucesso.