A Formação Profissional Para Instrutores de Kitesurf no Brasil
Por Tayná Lha (Autor), Vinicius Zeilmann Brasil (Autor), Juarez Vieira do Nascimento (Autor).
Resumo
O kitesurf é uma modalidade emergente no cenário esportivo atual, caracterizada pela complexidade e instabilidade do ambiente de prática, sobretudo pela combinação do vento com o mar que apresenta elevados níveis de risco. Tais características aumentam a complexidade no processo de ensino desta modalidade, exigindo a intervenção de profissionais que dominam conhecimentos e habilidades específicas. Objetivo: Identificar as vias de formação profissional para os instrutores de kitesurf no Brasil. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa documental por meio da consulta nas páginas eletrônicas das entidades nacionais representantes do kitesurf, que oferecem cursos específicos de qualificação de instrutores desta modalidade. Foram consultadas também as páginas do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), visando explorar as resoluções à respeito das obrigatoriedades formativas para intervir como instrutor desta modalidade. Resultados: A análise dos marcos regulatórios profissionais não revelou a obrigatoriedade para formação de instrutores de kitesurf no Brasil vinculada a área da Educação Física. No entanto, as diretrizes curriculares dos cursos de bacharelado em Educação Física fornecem base de conhecimentos para os instrutores para atuarem nesta modalidade, nomeadamente de aspectos biodinâmicos, sócio-culturais e pedagógicos do movimento humano.A Associação Brasileira de Kitesurf (ABK), a qual é reconhecida pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), tem ofertado cursos específicos para qualificação de instrutores desta modalidade. Os cursos da ABK são no formato de clínicas e classificam os instrutores em dois níveis, com base no tempo de prática esportiva e profissional desta modalidade. Enquanto que o nível 1 exige do instrutor mais de cinco anos de prática do kitesurf, o nível 2 exige mais de 10 anos de prática e, pelo menos, cinco anos como instrutor, cuja experiência deve ser reconhecida pelos pares. Embora haja uma projeção anual da oferta dos cursos, a realização está condicionada a demanda real de qualificação de instrutores. Considerações finais: Apesar do aumento da popularidade do kitesurf no Brasil, consequentemente, da elevada demanda de intervenção profissional, não há um vínculo legal desta atividade profissional com a área da Educação Física. As oportunidades formativas parecem estar restritas aos cursos promovidos pela ABK. Assim, recomenda-se uma maior aproximação dos órgãos nacionais reguladores e representativos do kitesurf com a área profissional da Educação Física, afim de legitimar a intervenção e atender as demandas de formação profissional para o ensino desta modalidade.